30 abril 2013

desvalorizar dentro do €

Sei que não seria fácil para ninguém mas ainda é válido (é a minha proposta desde a primeira decisão do TC) e ainda vamos (mais ou menos) a tempo de:
- corte com carácter definitivo do 13ª mês e 14º mês no público, pensionistas e privados (via alteração do código de trabalho). Igualitarismo para o TC.
Em especial, quem favorece a saída do € deveria acolher esta proposta. Seria uma forma de solidariedade com os desempregados também.

7,2%

Só 7,2% das facturas são pedidas com NIF
...e destas, 69% são de reparação de automóveis.

Comentário: Seria útil comparar estes dados DG com o período AG (Depois de Gaspar e Antes de Gaspar), provavelmente chegaríamos à conclusão que não há alterações significativas. As finanças apenas complicaram procedimentos.

29 abril 2013

Dados empíricos: Despesa Estado versus Investimento Privado (EUA)

"Just the Facts, Ma’am: “Testing” Keynesian Theory", Robert Murphy http://consultingbyrpm.com/blog/2013/04/just-the-facts-maam-testing-keynesian-theory.html

Seguir o debate nos comentários.


Esperando que o resultado de testes empíricos possa comprovar que...

"Sempre que duas pessoas "A" e "B" se envolvem em uma troca voluntária, ambas devem esperar se beneficiar através dela. E elas devem ter ordens de preferência inversas para os bens e serviços trocados de modo que "A" valorize aquilo que ele recebe de "B" mais do que aquilo ele dá para ele, e "B" deve avaliar as mesmas coisas do modo contrário.

Sempre que uma troca não é voluntária e ocorre através da coerção, uma parte se beneficia as custas da outra.

Lei da utilidade marginal: Sempre que a oferta de um bem aumenta em uma unidade, contanto que cada unidade seja considerada idêntica em utilidade por uma pessoa, o valor agregado a esta unidade deve diminuir. Pois esta unidade adicional só pode ser empregada como um meio para alcançar um objetivo que é considerado de menor valor do que o objetivo menos valorizado alcançado por uma unidade deste bem se a oferta fosse reduzida em uma unidade.

Lei da associação ricardiana: Entre dois produtores, se "A" é mais eficiente do que "B" na produção de dois tipos de bens, eles ainda podem participar de uma divisão de trabalho mutuamente benéfica. Isto porque a produtividade física geral é maior se "A" se especializa na produção de um bem que ele possa produzir mais eficientemente, ao invés de "A" e "B" produzirem ambos os bens autônoma e separadamente.

Sempre que a quantidade de moeda é aumentada enquanto a demanda por moeda para ser mantida em encaixe não é alterada, o poder de compra da moeda irá diminuir."

"A Ciência Econômica e o Método Austríaco", Hans Hermann Hoppe [retirado da tradução para português brasileiro do mises.org.br]

Então: até lá, sem experiências de laboratório...  com pessoas [elas próprias podem saber que estão a ser objecto de experiência?], é ... meramente especulativo?!? E quantas experiências são necessárias? E daqui a 50 anos ainda são válidas?

O Zé não fica


Quando expus aqui o caso do empreendedor Zé, alguns comentadores questionaram como era a situação noutros países e se esta circunstância tinha de facto algum efeito na economia e no emprego. Recorrendo a alguns dados da KPMG sobre fiscalidade no mundo, consegui reproduzir o mesmo exercício para outros países. Infelizmente, dada a natureza do IRS e da TSU, tive que excluir estes dois impostos/contribuições da análise e restringi-la ao IVA/IRC. Entre os 109 países para os quais existem dados, Portugal é o 13º entre os países onde o Zé pagaria mais em IVA e IRC (Índice de Zé).
ZeMundo
É mais ou menos por esta altura que alguém nota que Portugal não deve ser comparado com o resto do mund, mas apenas com os seus pares europeus. Devo dizer que embora entendendo o raciocínio subjacente, discordo com essa metodologia. comparar os indicadores de Portugal com os de uma europa estagnada economicamente e a perder força no Mundo, é um pouco como limitar um atleta a participar nos Paralímpicos. A economia é global e Portugal hoje não compete apenas com países europeus, nem as suas especializações e restrições geográficas colocam o país na mesma categoria de muitos países europeus. Ressalvando esta questão, avancemos para a comparação, limitando-a aos países da UE. Em baixo podem a competição paralímpica da fiscalidade:
IVA+IRC
Entre os 25 países da União Europeia, Portugal é o nono com a maior fiscalidade (seguindo o índice de Zé). Entre os países que estão à frente de Portugal, apenas dois têm PIBs semelhantes ao português (a Grécia e a Hungria, outros dois atletas em grande forma). Todos os restantes países têm PIBs bastante superiores (portanto, têm uma economia capaz de suportar cargas fiscais superiores). Em baixo podem ver a laranja todos os países com um índice de Zé acima de Portugal.
PIBpc
A questão final que se coloca aqui é: e isto afecta de facto a economia? As análises empíricas em economia são sempre um exercício complicado, principalmente para quem não se dedica a tempo inteiro a fazê-lo, mas em baixo podem ver uma correlação entre o crescimento anual das 25 economias no período 2008-2013 (fonte:FMI).
Europa
A correlação é bastante forte. Em média, por cada 100 a mais no índice de Zé, a economia cresceu menos 3% ao ano entre 2008 e 2013.
A análise empírica aqui quase seria desnecessária. É evidente que um país onde um empresário tenha tão poucos incentivos a criar riqueza, dificilmente terá uma economia dinâmica, dificilmente criará emprego. O Zé, se puder, emigrará, de preferência para fora do inferno fiscal europeu. Não é muito complicado entender as razões. Complicado mesmo é entender o porquê de se andar a insistir nas mesmas políticas fiscais há décadas.

uma questão de princípios

O João Miranda, neste post, afirma que "é difícil encontrar uma boa explicação do mecanismo que faz com que descidas de impostos gerem crescimento". Penso que tem razão, apesar dos muitos e bons argumentos contrários. Ver este post do Rui Albuquerque e este do Carlos Guimarães Pinto.

O problema para mim, porém, não deve ser colocado numa esfera utilitarista, mas sim como uma questão de princípios. Os impostos, se me permitem parafrasear Ron Paul, são imorais e um roubo - em particular o IRS. Perguntarmos como é que uma descida de impostos gera crescimento é quase o mesmo que inquirir como é que acabar com os carteiristas gera crescimento.

Os carteiristas também consomem e contribuem para aumentar a procura interna, ou não?

Nozick

Antes que se ponham com grandes conjecturas sobre Nozick, o primeiro número do Journal of Libertarians Studies (em 1977) dedicou-se a refutar Nozick. Diria que perfazem um conjunto e momento histórico no movimento libertarian.

Whither anarchy? Has Robert Nozick justified the state?, Randy E. Barnett
http://mises.org/journals/jls/1_1/1_1_3.pdf

Invisible Hand Strikes Back, The, Roy A. Childs
http://mises.org/journals/jls/1_1/1_1_4.pdf

The Free Market Model versus Government: A Reply to Nozick, John T. Sanders
http://mises.org/journals/jls/1_1/1_1_5.pdf

Robert Nozick and the Immaculate Conception of the State, Murray N. Rothbard
http://mises.org/journals/jls/1_1/1_1_6.pdf

28 abril 2013

Ainda a acção humana

O leitor Francisco diz o seguinte:

"Mas mesmo rejeitando o utilitarismo determinístico, e bem, os "Austríacos" não saem da mesma caixinha iluminista de que é possível descobrir verdades económicas a partir de uma natureza humana postulada.

Esta natureza humana austríaca inclui, por exemplo:

1 - é impossível modelar as preferências que cada indivíduo tem
2 - dado uma certa preferência, cada indivíduo age racionalmente para a obter.

Este ponto 2. o CN nunca fala muito dele, mas é uma suposição extremamente duvidosa e de impossível generalização universal.

Se as ideias "Austríacas" alguma vez tiverem sucesso, que eu não tenho capacidade para avaliar, vai ser porque um economista tradicional vai pegar nelas e chamá-las "modelo Austríaco". Vai testá-las empiricamente e descobrir que se aplicam a um fenómeno qualquer."

Vou aqui provavelmente alongar-me demais no meu comentário:

Dizer "pressupor que age racionalmente para os [os fins] obter' é duvidoso" é pressupor a não-acção. A acção como conjunto sucessivo de actos, só pode ser objecto de estudo pela praxeologia na medida em que quem age faz uma relação, ainda que por hipótese, de eficácia duvidosa, de causalidade entre actos, meios e fins. Crusoé pode pretender aumentar a sua própria capacidade de recolher alimentos em menos tempo por dia, e para isso terá necessariamente (uma verdade universal, certo?) de produzir bens de capital [dedicando tempo na produção de bens afastados das necessidades ou preferências imediatas de consumo] (redes, lança, etc) da melhor forma ou pior, mas age. Se deseja simplesmente um fim mas actua de forma perfeitamente desconexa, não-age. Porque ou como o faz pertencerá à psicologia, psiquiatria ou antropologia, mas deixa de ser objecto da praxeologia (economia).

Por exemplo, na medida em que se "age" em direcção a obter fins com uma relação de causalidade, existe uma preferência temporal por inerência, e isso leva a deduzir a preferência universal por antes do que depois, e assim decorre valorizar inferiormente um bem disponível apenas depois do que antes ou imediatamente disponível, constituindo o rácio entre as duas valorizações (perfeitamente subjectivas) o juro [dito "originário", assim, nem é uma manifestação da produtividade do capital nem uma preferência por liquidez]. A alguém é indiferente o tempo? Se lhe for, um fim hoje ou nunca é indiferente, não age.

E por curiosidade, as crianças tendem a altas taxas de preferência temporal e assim dificilmente adiam o consumo de um fim mesmo se esse adiamento por hipótese for muito premiado (ver no dia a dia os pais a tentarem "comprar" ou convencer o adiamento de consumo de gelados ou algum lazer a crianças). Pode-se também dizer que os antropófagos denotavam preferências temporais mutíssimo altas, porque perante a possibilidade de escravizar, manter e obrigar pessoas a produzir coisas mais tarde, preferem quando podem, alimentar-se delas "agora", de certa forma preferem consumir "capital" (os escravos constituíam bens de capital para os seus senhores, por isso pagavam um preço) e numa atitude suicidiária presente ainda hoje em dia de forma menos evidente e mais complexa, em falácias económicas propagadas insistentemente , baseadas na ilusão do aumento de nível de vida temporário pelo consumo de capital. É marca da maturidade de uma criança começar a ser capaz de adiar o consumo com o objectivo de uma maior satisfação mais tarde, como é marca de uma civilização em estado mais avançado que outra ter taxas de juro mais baixas, reflectindo a atitude consciente de maior poupança na perspectiva de um maior bem estar mais tarde.

Assim, agir não racionalmente por definição seria não agir, porque aqui o racional não mede "eficiência" ou "eficácia", apenas dispõe que a pessoa humana age com um propósito consciente de prosseguir as suas preferência subjectivas (e isso inclui a escolha dos meios). Ou seja, basta dizer o homem age.

[Outro assunto é então, em que consiste o cálculo económico. Sem ele nenhuma economia de troca complexa é possível e uma das grandes lutas académicas de Mises deu-se com os teóricos do socialismo ao escrever sobre a impossibilidade do socialismo: quanto maior o planeamento menos os preços são verdadeiros preços e assim menos cumprem a sua função de coordenação e sem preços o planeamento não é possível, a prazo, o decaimento económico está assegurado]

Quanto ao teste empírico, dado que as tais propriedades universais são não quantitativas e correspondem no fundo a restrições inerentes à realidade da acção humana (repetindo-me, como: utilidade marginal decrescente, lei da associação, preferência temporal que conduz ao juro, a desutilidade do trabalho, etc) nada existe num teste empírico que possa validar ou falsificar com carácter absoluto uma preposição lógica inerente à acção humana, porque, note-se, da maneira que são formuladas, nem estão em posição de ser refutadas por dados históricos.

Por exemplo, chegados à natureza da moeda como meio de troca, afirmar que:

Se a quantidade de moeda (ou se a quantidade do meio de troca indirecto) aumentar, ceteris paribus, algum preço ou conjunto de preços (denominados em quantidades desse meio de troca) em algum ponto da economia vai ser maior do que seria se essa quantidade não tivesse aumentado.

[Os preços até podem estar nominalmente a descer, como pode acontecer benignamente em períodos de crescimento económico com estabilidade monetária, ou malignamente como resultado de uma bolha que rebentou, mas algum descerá menos do que se esse aumento de quantidade não suceder ... isto pressupondo a mesma procura anterior por moeda]

Tal afirmação é uma verdade em si mesmo, nenhum teste pode validar ou refutar. Nem sequer é uma questão técnica de ser impossível fazer testes reais ou investigar dados históricos com a amostra necessária e suficiente ou ainda a capacidade de identificar todas as variáveis independentes ou "medir", ou ainda de replicar a condição 'ceteris paribus". Se assim fosse seria apenas uma questão de tecnologia. Mas é mais o que isso.

Um dado postulado é verdadeiro em si mesmo ou está enfermo de alguma inconsistência, tal como na própria noção de geometria está inerente o teorema de pitágoras. A questão é que em relação à realidade humana estas verdades são reflexivas e não traduzidas em símbolos matemáticos nem, mais uma vez, dependem da recolha de dados históricos nem podem caracterizar-s por relações cardinais.

Isto nada tem de "racionalismo" no sentido que tem sido comentado aqui e ali. Essa acusação deve ser encontrada em toneladas de trabalhos que pretendem usar dados (e o problema começa logo nos dados) tal como fazem as ciências da natureza para estudar matéria que "não-age". Ora os dados históricos são sempre descritivos e nunca provam causalidade e pressupõem ainda características de medição que não existem na acção humana. Tais modelos pressupõem sim uma racionalização quantitativa possível da acção humana. E no limite que fins e meios seriam determináveis por critérios maximizadores ou minimizadores porque quer preferências de utilidade e relações causais medíveis estariam descobertas. Como digo, a colmeia estaria estudada, o economista passaria a gerir variáveis para calibrar as acções colectivas. Este tem sido o paradigma (umas vezes assumido outras implícito) da economia "mainstream" e que muito serve à justificação do poder político. A própria estatística é uma ideia que nasce aqui. Conhecer números, médias, elasticidades... para... se actuar sobre.

Não está em causa o interesse e validade de estudos práticos aplicados e da construção de modelos e os quais podem pretender investigar por exemplo, aspectos da teoria dos ciclos económicos, comportamento dos preços, etc. A caracterização histórica e a conjectura aplicada têm obviamente lugar. Mas apenas uma teoria pode compreender e atribuir causalidade e por outro afastar-se ou evitar fazer pronunciamentos que não devem ter lugar. O que está em causa é que status se quer conferir [validar, falsificar] ao empirismo.

E a partir de certa altura a chamada síntese keynesiana-neoclássica impôs o empirismo-matemática como a fonte de validação tentando replicar o método das ciências naturais. A escola austríaca tal como de resto o método reflexivo de sempre (os autores clássios) é ofuscado por uma ilusão grave. Mas ainda mais curioso é que os próprios empiristas nas suas obras não deixam de "reflectir" nas suas obras. Não praticam o que dizem na verdade.

Nota: O tratado de economia que mais se assemelha a um tratamento sistemático que se espera de um manual clássico e que constrói passo a passo todos os conceitos económicos relevantes de uma forma integral é o "Man, Economy and the State" de Rothbard e está disponível online e pdf.

Nota2: Acho que uma grande barreira que se foi criando e que atingiu o apogeu no século 20 - e que não estava presente antes, e consequência do empirismo anglo-saxónico (Hume, Locke) reforçado pela emigração dos herdeiros da historicismo alemão (os grandes adversários de Carl Menger e Mises) e o positivismo lógico (empiristas para todos os efeitos, inclui Karl Popper) para Inglaterra e Estados-Unidos - foi o esquecimento da reflexão filosófica lógica argumentativa, de resto, o traço dos intelectuais católicos por séculos. Um ponto protestante versus católicos? Merecia a pena saber. Da mesma forma o positivismo legal também fez desaparecer a lei natural e a descoberta do direito pela reflexão - uma ideia de que as normas justas existem, é preciso descobri-las na natureza das coisas, não decidi-lo por vontade geral. Existe aqui muita matéria para o qual nunca consegui convencer o PA da sua validade ou interesse em inquirir. Nunca se sabe... Não é demais notar as origens dos chamados pré-austríacos: escolásticos ibéricos, economistas franceses e até irlandês. Note-se que a ideia de verdade absoluta não existe no empirismo e isso, como diria PA, é característica protestante.

Economia e direito. Utilitarismo e Ética. Para ambos, uma via empírica, a outra reflexiva, que não deve ser confundida com metafísica ou a-realística. Pensem nisso. Tentem, com esforço, afastar-se da barragem intelectual que o século 20 criou à via reflexiva, qual a sua origem e porquê.

justiça II

Privada. Via internet. Custa 149.50 Usd. Podem dar uma volta em: www.judge.me

"Use our clause in all your contracts:

Free, pay only to solve dispute.
Avoid expensive court litigation.
Increase consumer confidence.
Simplify your global commerce.

Só é necessário adicionar isto aos contratos:

"Any controversy or claim arising out of or relating to this contract, or the breach of this contract, shall be settled by binding internet arbitration at judge.me in accordance with the judge.me arbitration agreement. The arbitrator's decision shall be final and legally binding and judgment may be entered thereon."

Por sinal, mencionam que a arbitragem é reconhecida em 146 países. A recente decisão do TC parece invalidar este caminho para o nosso país (mais um exemplo de constituição como pacto de suicídio?).

A ideia de um mercado de justiça é simples: as partes acordam que entidade (e quem sabe, que ordenação jurídica) deve julgar um litígio potencial, ambas interessadas na sua resolução justa, rápida, e ao menor custo e por quem reúne o prestígio de o fazer. Isto permitirá que as seguradoras possam oferecer produtos de risco e custo de litígios e até, como nos casos do ramo automóvel chegarem a acordos rápidos sem qualquer intervenção das partes.

E quanto ao cumprimento voluntário (não coercivo) de sentenças?

Mesmo a ausência de um sistema de cumprimento coercivo de sentenças (caso de um público como o mencionado que reconhece e aplica formalmente decisões arbitradas), poderá possibilitar que o não cumprimento voluntário de uma sentença por uma parte conduza à criação de mecanismos de ostracismo (por pessoas, entidades e empresas) e incapacidade de re-contratar seguros, que seriam ou são exigidos como condição necessária à celebração de novas relações contratuais. Justiça civil voluntariamente observada. Se a deixarem.

Existem muitos exemplos na história como o direito mercantil, que nasceu e se desenvolveu de forma auto-regulada entre partes e culturas remotas pertencendo a N regimes jurídicos diferentes. Também existem exemplos estudados de lei e ordem sem monopólio como na Islândia por cerca de 300 anos e na Irlanda por mais de um milénio. E aqui envolvia o direito penal.

Existe ainda o exemplo curioso e muito relevante da primeira bolsa moderna em Amesterdão (início séc. 17) que não só nasce totalmente auto-regulada, como desenvolveu as noções modernas de short-selling, futuros e opções. Durante muito tempo este tipo de contratos não eram sequer reconhecidos pela lei do soberano, querendo dizer que se uma parte se socorresse da lei formal não teria qualquer obrigação a liquidar responsabilidades, uma renúncia legal. Mas a verdade é que tais contratos se desenvolveram exponencialmente mesmo com essa possibilidade. O prestígio e os mecanismos de ostracismo levavam a que se um corretor falhasse uma dessas obrigações (não reconhecida e rejeitada pela lei) conduziria a que seria rejeitado para sempre para mais negócios.

Adenda: um pleno funcionamento de tribunais arbitrais necessita daquilo que todo os mercados saudáveis precisam - a não existência de barreiras à entrada (ou pelo menos, barreiras mínimas) e que não existam obstruções a mecanismos de Inclusão/exclusão como a criação de listas negras, ou associações que certifiquem que os seus membros utilizam o mecanismo arbitral X [Futebol, por exemplo] , etc. Qualquer crítica sobre deficiências dos actuais primeiros passos (melhor que nada, seja como for) de funcionamento de mecanismos arbitrais já em vigor deve ter isso em conta.


27 abril 2013

Ora vamos lá a ver

Vai aí uma grande confusão nos comentadores.

Depois de vários textos a fazer vincar que:

- a pessoa humana é única, cada uma com as suas próprias preferências subjectivas, mas cuja acção entre a escolha de fins e meios implica uma série de propriedades gerais não quantitativas (preferência temporal, utilidade decrescente, etc), as únicas com validade universal.

- que a acção humana não se baseia em cálculos nem medições dessas preferência (se fosse possível não estaríamos a tratar de seres humanos) mas no simples acto de ordenação e escolha (prefiro A a B).

O que rejeita e invalida precisamente toda a restante doutrina económica quer a socialista quer a por exemplo a dita liberal de Chicago (que caracterizo como de "eficientismo" e que muito mal fez ou faz ao liberalismo) que quis transformar o homem numa máquina racionalista traduzível em sistemas de equações...

Põem-se a acusar os "austríacos" dos males que esta escola prova estarem presentes nas outras.

Greece timeline

1991

Dec. 10: Maastricht Treaty agreed, setting up an “irrevocable”
monetary union without a central finance ministry or a mechanism
to leave the euro.

2001

Jan. 1: Greece enters euro region. Greek 10-year bonds yield
5.36 percent, Spanish 10-year bonds 5.09 percent and Italian 10-
year bonds 5.16 percent. Germany’s 10-year bund yields 4.85
percent.

2010

April 23: Papandreou asks EU for a 45 billion-euro bailout from
the EU and IMF, calling it a “a new Odyssey for Greece.” “But
we know the road to Ithaca and have charted the waters,” he
added, referring to the return of mythological hero Ulysses to
his island home.

April 27: S&P becomes first rating company to cut Greece to
junk, downgrades Portugal to A-.

2011

May 16: EU approves 78 billion-euro bailout for Portugal

2012

Feb. 17: The ECB swaps Greek bonds purchased under the SMP for
new ones to ensure it isn’t forced to take losses in a debt
restructuring.

Feb. 21: Euro-area finance ministers reached agreement on a
second bailout package for Greece. The deal includes a 53.5
percent writedown for investors in Greek bonds.

Ver "timeline" completo aqui

esquerda reabilita Salazar

Otelo: Salazar preservou mais a soberania nacional do que Cavaco Silva

Mário Soares "nem no tempo de Salazar" viu tanta fome

26 abril 2013

consequências

"Alguns economistas pensam que a tarefa da ciência econômica é determinar a forma de obter a maior satisfação possível para todos ou, pelo menos, para a grande maioria das pessoas. Não se dão conta de que não há como medir a satisfação alcançada pelos vários indivíduos. Interpretam de forma equivocada a característica específica de julgamentos que são feitos com base na comparação da felicidade de diversas pessoas."
Mais atrás diz:
"O cálculo econômico não se aplica às coisas que não podem ser compradas ou vendidas com dinheiro. Existem coisas que não estão à venda e para cuja aquisição são necessários outros sacrifícios além do dispêndio de dinheiro. (...) A honra, a virtude, a glória, assim como o vigor físico, a saúde e a própria vida representam na ação um papel tanto de meios como de fins, sem que possam ser considerados no cálculo econômico."
E insiste-se:
 "O tratamento quantitativo dos problemas econômicos não deve ser confundido com os métodos quantitativos que são aplicados no lidar com os problemas dos eventos físicos ou químicos do mundo exterior. O traço característico do cálculo econômico é não ser ele baseado em algo que possa ser considerado como uma medição."
Uma medição consiste em estabelecer a relação numérica de um objeto em relação a outro objeto, que se toma como unidade de medida"
Mises em A Acção Humana

preços não são valor

"Entretanto, a ideia espúria de que valores são mensuráveis e são realmente medidos na condução de transações econômicas estava tão enraizada, que mesmo economistas eminentes foram vítimas dessa falácia. Até mesmo Friedrich von Wieser e Irving Fisher aceitavam como verdadeira a ideia de que deve haver alguma forma de medir o valor e de que a economia deve ser capaz de indicar e explicar o método pelo qual se poderá fazer esta medição.[6] Os economistas de menor envergadura simplesmente supõem que a moeda serve "de medida de valor"." Mises - a Acção Humana
PS: Diga-se que até Marx criou primeiro o espantalho e depois pretendeu refutá-lo. Podemos ver persistentemente ao longo da história do pensamento económico como falácias produzidas mesmo por autores ditos liberais ou próximos contribuíram para o surgimento de movimentos contrários que refutaram (eventualmente com outras falácias ainda mais graves) os primeiros. Marx também foi a Adam Smith e David Ricardo buscar a teoria do valor pelo trabalho. Monetaristas como Irving Fisher e Milton Friedman tentaram conceber a moeda e preços como índices abstractos de cujo único problema é a inflação e mais nenhum outro (daí a sua defesa do banco central, como orgão pretensamente científico que estuda e preserva os "índices") ... o que conduziu a ignorarem a teoria dos ciclos económicos (que incorpora os efeitos não neutrais intra-estrutura de capital entre bens de consumo e de capital e o equilíbrio entre investimento e poupança).

25 abril 2013

valorar no homem é escolher, não medir

Ou seja, a pretensa "lógica" racionalista miseseana na verdade é apenas humana e humanista, basta lembrar que o enfoque é a pessoa, com as suas preferências subjectivas únicas.

Os verdadeiros racionalistas (no sentido de pretender racionalizar as acções do homem) são os construtores de sistemas matemático-empíricos, que depois agregam em variáveis colectivizadas, como se o homem fosse uma colmeia ou formigueiro ou até um bando de robots-biológicos auto-replicáveis.
"Ora, é preciso que se compreenda que valorar significa preferir a a b. Só existe — do ponto de vista do lógico, epistemológico e praxeológico — uma maneira de preferir.
Não há diferença entre essa situação e o fato de um enamorado preferir uma mulher às demais; ou de um homem preferir um amigo a outras pessoas; ou de um colecionador preferir um quadro entre muitos; ou de um consumidor preferir um pão a um pedaço de bolo.
Preferir significa sempre querer ou desejar a mais que b. Da mesma maneira como não existe padrão de medida para a atração sexual, ou para a amizade e simpatia, ou para o prazer estético, também não existe medida de valor das mercadorias. Se alguém troca um quilo de manteiga por uma camisa, o que podemos dizer desta transação é que — no instante da transação e nas circunstâncias específicas daquele instante — esse alguém prefere uma camisa a um quilo de manteiga.
É claro que cada ato de escolha se caracteriza por certa intensidade psíquica de sentimentos. Existem gradações de intensidade no desejo de atingir um determinado objetivo e esta intensidade é que determina o ganho psíquico que a ação bem-sucedida traz no indivíduo que age. Mas as quantidades psíquicas só podem ser sentidas. São inteiramente pessoais, não sendo possível expressar sua intensidade por meios semânticos, nem transmitir informações a seu respeito a outras pessoas.
Não há nenhum método conhecido para calcular uma unidade de valor. Convém recordar que as duas unidades de um mesmo conjunto homogêneo de bens são valoradas diferentemente. O valor atribuído à enésima unidade é menor do que o atribuído à unidade (n - 1)."
Mises em A Acção Humana (http://mises.org.br/EbookChapter.aspx?id=300)

justiça

"A impossibilidade de as futuras decisões do Tribunal Arbitral do Desporto (TAD) poderem ser alvo de recurso para a justiça civil levou nesta quarta-feira o Tribunal Constitucional (TC) a chumbar o projecto para a criação deste órgão. " Público.

Este acordão parece assim deitar por terra que tribunais arbitrais possam vir a desenvolver-se permitindo que de forma mais eficaz sejam tratados os litígios civis e comerciais (o que por si só permitiria transferir recursos para o direito penal) algo que só poderá ser assegurado se o recurso para os tribunais públicos puder ser vedado por acordo livre entre as partes.

O problema da justiça não vai ser resolvido. Vão é atirar mais dinheiro (quando e se o houver) para o problema.

a justiça e a moeda

Os dois monopólios absolutos do estado moderno. Portanto já sabem.

imigração do terceiro-mundo

... since 1969, about 85 percent of legal immigrants have come from the Third World. They bring Third World levels of poverty, fertility, illegitimacy and domestic violence with them. When they can't make it in America, they simply go on welfare and sometimes strike out at Americans.

Ann Coulter

... desde 1969, cerca de 85% dos imigrantes legais vêm do terceiro-mundo. Trazem índices do terceiro-mundo de pobreza, fertilidade, filhos ilegítimos e violência doméstica. Quando não têm sucesso nos EUA, ficam dependentes da segurança social e por vezes agridem os cidadãos norte-americanos.

Comentário: Em Portugal passa-se algo parecido, com a agravante de que saem emigrantes qualificados e entram imigrantes desqualificados.

24 abril 2013

Já foste mais nova


Um casal de meia idade está a ver televisão, quando aparece a Alexandra Lencastre.

- A Alexandra Lencastre está velha - diz a mulher - lembro-me de ela ser bem mais bonita. Sabes que idade é que ela tem?
- Não sei - responde o marido, antecipando o que aí vem
- Humm.. Acho que tem a minha idade
- Pois... – diz o marido enquanto tenta desesperadamente sair da sala
- E eu, achas que também pareço assim velha como a Alexandra Lencastre?
- Não, tu estás mais bonita do que quando te conheci.

Se o marido tivesse utilizado da sua liberdade de expressão para dizer a verdade, a do título do post, tudo o que deveria fazer a seguir era sair de casa. Ao usar a sua liberdade de expressão para dizer a verdade violou um valor ainda mais importante: a coesão do grupo. Naquele caso, o grupo mais importante: a família.

devemos ser radicais na defesa dos nossos valores


O principal problema da Igreja Católica é que não é radical na defesa dos seus princípios, por exemplo, na defesa da família. Aceita, com facilidade, compromissos que eventualmente acabam por derrotar os princípios. Ocorreu-me esta reflexão a propósito da crónica de hoje do Padre Gonçalo Portocarrero de Almada, no Público.

Portocarrero de Almada, Vice-presidente da Confederação Nacional das Associações de Família, diz o seguinte:

‹‹Há que admitir que o Estado, em casos extremos, tenha que suprir a ausência ou a insuficiência da família, se os progenitores não prestam à prole a assistência que lhes é devida, é necessário que alguém o faça, porque o bem dos filhos tem prioridade sobre as expectativas dos pais. Se estes não existem, ou não cumprem minimamente com as suas obrigações parentais, de que são os primeiros e principais titulares, outros terão que assumir essa responsabilidade›› (sublinhado meu).

O problema com esta visão, vamos chamar-lhe assim, é que quando começamos por admitir que há situações em que o Estado tem de substituir a família, entramos no território dos compromissos e temos o caldo entornado.

Quem é que pode definir as situações em que “os progenitores não prestam à prole a assistência que lhes é devida”? Ou “as obrigações parentais mínimas”?

No caso da Liliana Melo (os Melos pobres só têm direito a um L), a Segurança Social pode argumentar que a família não estava a cumprir com os mínimos e o Padre Portocarrero pode argumentar que estava, mas em última análise a discussão vai perder-se nos detalhes como quando se discute o sexo dos anjos.

O ponto fundamental, que é necessário defender, é que o Estado não tem legitimidade para se imiscuir na vida das famílias. Aliás, o Estado não é ninguém e os problemas das famílias só podem ser resolvidos por alguém. Alguém da família alargada, do bairro, das IPSS, da Igreja, etc.

Quando acusavam a minha querida Ayn Rand de ser radical, ela dizia que era radical na defesa da razão porque a alternativa era aceitar a irracionalidade. A Igreja também deve ser radical na defesa dos seus princípios porque a alternativa é o pântano moral.

Execução orçamental

Despesa cresce 7,1%

Receita sobe apenas à custa do IRS

Comentário: A execução orçamental mais parece uma execução da cidadania

Why not?

Playboy entrevista Ayn Rand - 1964

23 abril 2013

um retrato do País, em 2 notícias recentes

O secretário de Estado Adjunto do ministro da Saúde confirmou esta terça-feira que está em curso o alargamento dos horários de atendimento aos doentes nos centros de saúde e nos hospitais até às 22:00 e aos sábados.

Crise trava crescimento das clínicas low-cost do Pingo Doce

Comentário: Em plena crise, o sector público continua a crescer e o sector privado a decrescer

Google Trends















Uma análise das pesquisas efectuadas na Google, comparando os termos bacalhau e revolução. Se esta tendência tiver algum significado, os revolucionários tugas vão ter de se contentar com uma "revolução gastronómica".

Dica do Benjamim Guilbert

mapa das contas públicas da UE


El País

22 abril 2013

O Zé não é empreendedor



Um dos argumentos comuns para justificar a estagnação económica do país nos últimos 10 anos é a de falta de sentido empreendedor. Os empresários, diz-se, são mal-preparados e fazem os possíveis para fugir aos impostos. Por outro lado, fala-se numa falta de sentido empreendedor da “geração mais bem preparada de sempre”.
Para percebermos um pouco o motivo desta falta de sentido empreendedor, imaginemos o caso do Zé, um jovem engenheiro informático saído da universidade. O Zé desenvolveu um hardware especial adaptado a empresas que fazem apps. Acabado o curso, decidiu começar a comercializar o produto. O negócio começa bem e o Zé já encontrou um cliente disposto a pagar a pagar 3000 euros por mês para comprar uma unidade desse hardware. Nada mau para uma start-up, pensa ele. Precisando de ajuda, ele fala com um dos seus colegas de curso que se dispõe a fazê-lo desde que receba 1000€ líquidos por mês (12 mil € por ano). O Zé tem, portanto, um modelo de negócio que não só irá criar 36000€ de valor acrescentado (PIB) anualmente, como gerará um emprego. Se a coisa correr bem, dentro de alguns anos, a empresa poderá criar muito mais valor e empregar muito mais pessoal qualificado. Criação de riqueza e emprego, precisamente o que a economia portuguesa mais precisa.
O Zé começa então a fazer as contas. O cliente da Zé, Lda avalia o produto em 3000€, mas a empresa apenas receberá 2439€, já que 561€ irão para pagar o IVA. O Zé descobre também que, para que o seu colega de curso receba 12 mil euros por ano, a Zé Lda terá que gastar nada menos do que 20.076€ (1673€ por mês) para cobrir a retenção de IRS, a TSU do empregado e a TSU do empregador.
Eliminados estes custos, o lucro começa a parecer bastante diminuto, mas o Zé ainda é obrigado a pagar IRC sobre esses lucros. Finalmente o Zé, para gozar dos lucros da empresa que montou, ainda tem que pagar IRS sobre os dividendos.
dividendoZe
Feitas as contas, o Zé receberá cerca de 422€, menos do que um salário mínimo. Dos 3000 mil euros de valor acrescentado, o estado absorverá 1578€. Isto sem contar com impostos de selo, taxas diversas e as multas da ASAE por a sua garagem não ter condições para empregar o amigo.
divisao
O Zé precisaria de aumentar a escala da empresa para 3 empregados e 3 produtos vendidos por mês para poder receber 1200€. Mas isso seria demasiado ambicioso para uma start-up. Dizem ao Zé que há empresas grandes que pagam bastante menos impostos recorrendo a truques contabilísticos, mas o Zé não tem grandes condições para contratar contabilistas.
O Zé desiste da ideia e vai trabalhar para um Call Center. Dez anos mais tarde ouve falar da história de um milionário Irlandês que desenvolveu um produto muito semelhante ao do Zé e agora o vende para todo o Mundo. No Prós e Contras dessa semana discute-se a falta de sentido empreendedor dos jovens licenciados.

causas do desemprego

... muitos dos que estão desempregados, estão desempregados porque, ponto número um, não querem trabalhar e, ponto número dois, são maus a fazê-lo.
Miguel Gonçalves, embaixador do programa Impulso Jovem

roubou?

Grécia roubou quase 2.400 milhões ao BCP desde 2010

Comentário: Um título indigno para um jornal económico

a importância da disciplina


A vida é difícil. Temos de aceitar que a vida nunca foi fácil, e que é uma guerra constante para ultrapassar problemas. Podemos lamuriarmo-nos ou resolvê-los. É nesse processo que a disciplina assume todo o seu significado.

Scott Peck descreve quatro aspectos da disciplina:

  • Sacrificar o conforto imediato por ganhos futuros
  • Aceitar a responsabilidade pelas suas próprias decisões
  • Dedicação à verdade - Honestidade, nas palavras e nos actos
  • Equilíbrio: Equilibrar solicitações contraditórias. É importante saber prioritizar as nossas acções







É em momentos de crise que a disciplina é mais importante. Lendo os aspectos da disciplina que o Scott Peck destaca, concluimos de imediato que a nossa cultura está mal equipada para lidar com crises.

  • Damos mais importância ao curto do que ao longo prazo
  • Não aceitamos a responsabilidade pelas nossas acções porque somos fatalistas (o destino marca a hora...)
  • Damos importância à verdade, mas estamos à espera que "as autoridades" nos esclareçam sobre a verdade
  • Não sabemos equilibrar "os contrários" porque somos radicais (não sabemos conviver com situações cinzentas, uma verdadeira especialidade da cultura protestante)

21 abril 2013

20%

E livre arbítrio é capacidade de fazer escolhas (fins e meios) segundo as suas próprias preferências subjectivas e avaliações ordinais.  O racional não implicará aqui um "racionalismo" das suas preferências, mas sim o racionalismo desses fins (subjectivos à pessoa) serem acompanhados da escolha pela sua razão de meios para o seu alcance.
(CN, em baixo)

Recentemente, dei comigo a pensar, dentre os fins que prossegui na vida, quantos, em percentagem, terão sido escolhidos por mim. A minha resposta foi de 20%. Esta é a  medida do meu livre-arbítrio.

Quantos aos outros 80% foram-me impostos, uns pela tradição outros pelas circunstâncias da vida.

E, em relação ao fim último, o fim de todos os fins, também não cai no domínio do meu livre arbítrio - a morte.

Et Dieu… créa la femme


o povo eleito


Se um grupo se isola propositadamente da sociedade que o acolhe e procura manter as suas tradições e valores, à margem da cultura dominante. Porque se consideram diferentes, para já não dizer superiores – eleitos – aos seus concidadãos. É compreensível que lhes falte a força moral necessária para reagir a situações de discriminação política e cívica.

Penso que esta pode ser uma justificação plausível para a falta de resistência a um genocídio.

Deuteronómio

19-20 Não peçam juros sobre empréstimos que façam a um vosso irmão israelita, quer se trate de dinheiro, de alimentos ou de outra coisa qualquer; podem pedir juros a um estrangeiro, mas não a um filho de Israel. Porque se pedirem juros a um irmão vosso, o Senhor vosso Deus não poderá abençoar-vos quando entrarem na terra prometida.

como carneiros para o matadouro

"The reaction pattern of the Jews is characterized by almost complete lack of resistance... The documentary evidence of Jewish resistance, overt or submerged, is very slight..."

"A reacção típica dos judeus foi uma quase completa ausência de resistência... As provas documentais da resistência judia, aberta ou clandestina, são mínimas..."

20 abril 2013

as regras da Igreja

El Obispado de Orihuela-Alicante ha asegurado este viernes que la decisión del párroco que no permite que una niña con una discapacidad severa realice la catequesis y haga la comunión, "no es una manía" del sacerdote sino que "responde a la normativa de la Iglesia", que requiere que los niños comprendan el sentido de este sacramento, según han informado fuentes de la Diócesis.

El País

imigração

Cuidado com a imigração! Os imigrantes podem trazer uma cultura de violência para os países de acolhimento, como ficou demonstrado em Boston.

Ler este artigo de Lloyd Green

a besta

But one point bears remembering: if in the first war, the Chechen rebels were “freedom fighters” in the old Ronald Reagan/Margaret Thatcher way of seeing things, young men hungering for independence in a guerrilla war of decolonization, Putin’s War marked a sharp turn. Beginning in the fall of 1999, the Russian assault was far more brutal (more troops, even more bombs), and the Chechen response further radicalized.
Daily Beast

Comentário: É engraçado como neste artigo se associa Ronald Reagan e Margaret Thatcher à rebelião armada, como se fossem uma espécie de "Che Guevaras" conservadores. Um conceito anacrónico porque o conservadorismo é genericamente contrário a quaisquer movimentos revolucionários.

como criar a mulher perfeita

Thomas Day, an 18th-century British writer and radical, knew exactly the sort of woman he wanted to marry. Pure and virginal like an English country maid yet tough and hardy like a Spartan heroine, she would live with him in an isolated cottage, completely subservient to his whims. But after being rejected by a number of spirited young women, Day concluded that the perfect partner he envisioned simply did not exist in frivolous, fashion-obsessed Georgian society. Rather than conceding defeat and giving up his search for the woman of his dreams, however, Day set out to create her.


So begins the extraordinary true story at the heart of How to Create the Perfect Wife, prize-winning historian Wendy Moore’s captivating tale of one man’s mission to groom his ideal mate. A few days after he turned twenty-one and inherited a large fortune, Day adopted two young orphans from the Foundling Hospital and, guided by the writings of Jean-Jacques Rousseau and the principles of the Enlightenment, attempted to teach them to be model wives. After six months he discarded one girl, calling her “invincibly stupid,” and focused his efforts on his remaining charge. He subjected her to a number of cruel trials—including dropping hot wax on her arms and firing pistols at her skirts—to test her resolve but the young woman, perhaps unsurprisingly, eventually rebelled against her domestic slavery. Day had hoped eventually to marry her, but his peculiar experiment inevitably backfired—though not before he had taken his theories about marriage, education, and femininity to shocking extremes.

Stranger than fiction, blending tragedy and farce, How to Create the Perfect Wife is an engrossing tale of the radicalism—and deep contradictions—at the heart of the Enlightenment.

Amazon, Book Description

Comentário: O Sr. Day tentou "criar a mulher ideal" e o Estado moderno tenta "criar cidadãos ideais".



19 abril 2013

livre arbítrio é escolher

Um homem tem o livre arbítrio na medida em que ele é racional. ~ São Tomás de Aquino

E livre arbítrio é capacidade de fazer escolhas (fins e meios) segundo as suas próprias preferências subjectivas e avaliações ordinais.  O racional não implicará aqui um "racionalismo" das suas preferências, mas sim o racionalismo desses fins (subjectivos à pessoa) serem acompanhados da escolha pela sua razão de meios para o seu alcance.

A praxeologia rejeita que as pessoas atribuam valores absolutos (preços) a esses fins e meios, como de resto é intuitivo, as pessoas comparam fins por ordenação e não por valorização, e daí a rejeição dos preços como significando "valor".

Esta é uma das razões porque a Escola Austríaca é muito mais compatível com a tradição personalista católica do que outras (mais baseadas num racionalismo matemático-empírico, o homem como mecanismo de funções determináveis por colecção de dados estatísticos).

E assim começa o tratado de economia de Murray N. Rothbard [MES] construído a partir desta simples axioma e que aborda todos os conceitos da teoria económica:

"1. O conceito de acção

 A característica distintiva e crucial para o estudo do homem é o conceito de acção. A acção humana é definida simplesmente como um comportamento intencional. Por conseguinte, é nitidamente distinguível desses movimentos observados que, do ponto de vista do homem, não são intencionais. Estes incluem todos os movimentos observados de matéria inorgânica e os tipos de comportamento humano que são puramente reflexo, que são simplesmente respostas involuntárias a certos estímulos.

A acção humana, por outro lado, pode ser significativamente interpretada por outros homens, pois é regida por uma determinada finalidade que o actor tem em vista [2] O objectivo do acto de um homem é seu fim; o desejo de alcançar esse fim é o motivo do homem para instituir a acção. Todos os seres humanos agem em virtude de sua existência e da sua natureza como seres humanos. [3]

Nós não poderíamos conceber seres humanos que não agem intencionalmente, que não têm fins em vista que eles desejam e tentam alcançar. Coisas que não agem, que não se comportam com um propósito deixariam de ser classificadas como humano. É esta verdade fundamental – o axioma da acção humana, que constitui a chave para o nosso estudo."

 [3]Cf. Aristotle, Ethica Nicomachea, Bk. I, especially ch. vii.

é a gestão, estúpido


O problema do Estado Social não são apenas os montantes necessários para o manter, é sobretudo o modo como esses montantes são geridos.
Se compararmos o que se gasta em Portugal, na saúde, na educação e na segurança social, constatamos que não estamos muito longe dos nossos parceiros da OCDE. Num momento de crise podemos ter de apertar o cinto nestas áreas, mas o espaço de manobra é pequeno.

Tomemos como exemplo a saúde, porque é a área que conheço melhor. Actualmente a despesa total ascende a cerca de 10% do PIB e eu tenho defendido que pode diminuir para os mesmos níveis da Espanha (8,4%). Mas esse será o limite mínimo que se pode realisticamente atingir.

O problema é que faz toda a diferença como é que 10% do PIB são geridos. De forma colectivista, centralizada e planificada ou, pelo contrário, de forma descentralizada, aberta ao mercado, à concorrência e à inovação. O “output” e a satisfação dos “clientes” é diferente.

Se pensarmos que todos os sectores do Estado Social estão submetidos à gestão colectivista, percebemos logo o impacto pernicioso deste modelo, que afecta metade da economia. Ora até agora, os governos apenas se têm preocupado com os montantes da despesa, mas o que é fundamental é que olhem para como essa despesa é gerida. E que mudem de paradigma.

uma maneira de estar

Inspecção da Saúde lança raide aos exames feitos no hospital


O ponto de partida desta auditoria é comparar a capacidade instalada de cada hospital com a taxa utilização destes equipamentos. Objectivo: racionalizar os meios de diagnóstico e terapêutica e maximizar resultados através do apuramento de eventuais desperdícios.

De acordo com dados fornecidos pelo Ministério da Saúde, em 2012 foram gastos cerca de 643 milhões de euros em meios de diagnóstico e terapêutica. Ainda assim, o valor tem vindo a cair: em 2010 e 2011 a despesa chegou aos 760 milhões e 722 milhões, respectivamente. A percepção é que "existe uma margem de ganhos [de eficiência] que se podem obter se estes equipamentos forem utilizados mais vezes e durante mais tempo", explicou uma fonte ligada ao processo que não quis, contudo, quantificar os valores que podem estar em causa.

Comentário: Ministério da saúde entretem-se com a microgestão.

saúde

Saúde será responsável por 25% dos cortes de despesa do Estado

18 abril 2013

O Zé não poupa


Tenho falado neste blog várias vezes sobre o problema da escassez de capital em Portugal e os efeitos dessa escassez no produto, no nível salarial e no desemprego (principalmente desemprego qualificado). Esta escassez de capital resultou, da acumulação de dívida e de má alocação de capital. O estado, como todos sabemos, acumulou uma dívida brutal, e é um dos principais responsáveis pela actual escassez de capital no país. Mas não foi só o estado que acumulou uma grande dívida. Como a esquerda não se cansa de recordar, também os privados acumularam bastante dívida. Muita dessa dívida acumulada está relacionada com a compra de habitação própria. A entrada no euro influenciou este comportamente, mas não só. Para entendermos melhor as motivações dos agentes no mercado, imaginemos o caso do Zé que considera comprar uma casa.
O Zé tem a sorte de ter um emprego. Ele calculou que, com algum sacrifício, consegue poupar 400 € por mês. Ele viu uma casa que lhe agrada e que não é muito cara: apenas 80 mil euros. Com estes dados tentou entender as suas opções. A primeira opção é pedir um empréstimo ao banco e pagar 400 € por mês. Assumindo uma taxa de juro de 5%, e 400€ de mensalidade, o Zé calculou que demoraria 35 anos a pagar a casa.
EmprestimoSE
No final do empréstimo, teria pago mais de 80 mil euros só em juros. Esta opção exigirá ao Zé trinta e cinco anos de sacríficios mensais, pagando ao fim daquele tempo mais em juros do que o preço da casa. Depois disto, ele considera a opção de poupar até ter dinheiro para comprar a casa sem qualquer empréstimo. Assumindo os mesmos 5% de juro nas suas aplicações (imaginemos que o Zé compra obrigações do Banco) e 400€ mensais poupados, ele calculou que demoraria 12 anos a poupar o valor da casa.
PoupaSE
Neste caso, apenas teria que fazer sacrifícios no orçamento mensal durante 12 anos mas, por outro lado, também teria que esperar 12 anos até poder comprar a casa. O Zé está indeciso: valerá a pena passar mais 23 anos a fazer sacrifícios para poder comprar já a casa?
É aqui que o Zé se lembra do Estado. Alguém lhe diz que o Estado lhe garante um abatimento fiscal no valor de 10% dos juros pagos. Uma excelente ajuda: feitas as contas o Zé, com a mesma taxa de juro e a mesma mensalidade, apenas precisa de 30 anos para pagar a casa.
EmprestimoCE
Por outro lado, o Zé lembra-se que ao poupar se tornará beneficiário de rendimentos de capital pagando um imposto de 30% sobre os rendimentos. Isto atrasa-lo-ia um ano: em vez de 12 anos, teria que esperar 13 anos até poupar o valor da casa.
PoupaCE
Se pedir um empréstimo, o Zé é, aos olhos do estado, um pobre explorado pela banca, merecedor de benesses fiscais que o ajudem a ultrapassar as dificuldades. Se o empréstimo correr para o torto ainda pode beneficiar de algumas benesses da justiça. A justiça social assim o impõe. Já se poupar para comprar a casa, o mesmo Zé passa ao papel de rico capitalista a viver à custa dos retornos de capital.em nome da mesma justiça social, o Zé agora tem que pagar impostos sobre esses retornos. Com algum azar, se a coisa der para o torto ainda se arrisca a que ao fim de 10 anos os euros poupados se tornem em Chicos. E ninguém terá pena dele, afinal, se ele tem 60 mil euros no banco só pode ser rico, e é obrigação dos ricos contribuir para o bem comum.
O Zé, que antes estava indeciso, acabou de decidir: irá pedir um empréstimo. Acumular capital em Portugal é uma actividade de alto risco.

procrastinar

O Governo decidiu pagar em Novembro os subsídios de Natal dos funcionários públicos e reformados. Os duodécimos pagos nos primeiros meses passam a referir-se aos subsídios de férias. Os eventuais ajustes que terão de ser feitos, serão realizados aquando do pagamento, em Novembro.

Comentário: Governo troca o subsídio de Natal pelo subsídio de férias e contempla medidas que permitam chegar a Novembro e não pagar o subsídio de Natal, apesar de começar por afirmar que "decidiu pagar em Novembro o subsídio de Natal". Topam?
Já agora, as eleições na Alemanha são a 22 de Setembro e é possível que o centrão alimente a fantasia de que a austeridade termina às 24 horas desse dia.

interessante

Estudo demonstra que médicos e hospitais lucram mais com as complicações do que com os casos "normais".

Merkel contra SMN

Em entrevista à edição de hoje do diário alemão Bild Zeitung, Merkel, que se apresenta como a defensora do emprego na Alemanha, vê no salário mínimo generalizado, que não existe no país, a razão que explica que "numerosos países da Europa tenham uma taxa de desemprego bem mais elevada [do que a alemã], uma vez que os salários e o rendimento não estão relacionados".

17 abril 2013

Pena de morte e sistema penal libertário

Este é um exercício abstracto mas tem a sua validade. (ligeiras adendas)

Se o direito penal (caso de uma ordem natural) mantivesse o princípio da proporcionalidade, restituição e indemnização da vítima, os criminosos (condenados) trabalhariam em locais especializados (empresas especializadas em contratar e pagar a condenados, revertendo o salário para essa restituição/indemnização) nesse sentido.

No caso de assassínios, ainda que fossem os herdeiros a poder decidir da aplicação da pena de morte, perante a possibilidade de serem indemnizados (ao longo da vida produtiva do assassino), uma boa parte escolheria a segunda via. No caso das vítimas serem muitas esse incentivo desceria, o que corresponde ao sentimento mais generalizado de a pena de morte dever ser aplicada.

Mas existe um segundo motivo para as vítimas não aplicarem a pena de morte (e escolherem a via da indemnização por trabalho produtivo do assassino): a possibilidade de engano, que pode sempre ser descoberto mais tarde. Nesse caso, o alegado criminoso passaria a vítima (os herdeiros) e faria as primeiras vítimas passarem a ter de enfrentar o ónus de assassinos eles próprios (morte de inocente). Ora tal possibilidade provavelmente diminuiria os casos em que as vítimas exigiriam a pena de morte apenas àqueles onde resultaram muitas vítimas e com a certeza muito elevada de não engano.

a falácia anti-poupança

Diz assim: se todos pouparem mais, ninguém poupa porque as pessoas perdem rendimento dado o consumo baixar.

E acrescenta: a tua despesa é o meu rendimento.

A resposta deve ser: se todos aumentarem a poupança, aumenta também o capital monetário disponível para aumentar a produtividade (baixa de custos e preços) o que se traduz depois em rendimento disponível adicional mais cedo do que se esse aumento geral da poupança não tivesse operado. Tal traduz-se na baixa de taxa de juro, que faz aumentar o volume de projectos rentáveis.

Assim: a tua poupança é o meu financiamento.

PS: o problema da baixa artificial da taxa de juro (por expansão da moeda/crédito) é aumentar o volume de projectos rentáveis sem que realmente tenha lugar a poupança real necessária para sustentar o período de prejuízos (é necessário adiantar salários antes de existirem receitas - é para que serve o capital: para grande benefício do trabalho) esses investimentos adicionais. É a ilusão temporária da possibilidade de um maior investimento para um igual ou até maior consumo.

a ilusão de ordem

A instabilidade de regimes políticos, mudança de ordens constitucionais, as revoluções, a falência de regimes monetários e o estabelecimento de novos, os conflitos e guerras são permanentes na história, por isso de onde vem essa ideia de ordem? O estabelecimento de um monopólio territorial da violência parece uma fonte de ordem, mas produz a maior das desordens. É a realidade.

e o tempo parou

Ver aqui

Uma homenagem plena de sentido porque é só quando nos libertamos do tempo que somos livres.

portugueses numa dobadoira

Chuva intensa provoca risco de derrocadas

Dia de sol deixa Portugal com risco muito alto de exposição aos raios UV

excesso regulamentar

O excesso regulamentar na UE custa 3,7 % do PIB.

15 abril 2013

pregar aos peixes


custos políticos — Post de 8 de Junho de 2010

Na sequência deste post do Ricardo e deste artigo do Alberoni, gostaria de colocar uma pergunta:

- O que é que tem maiores custos políticos, proceder atempadamente às chamadas reformas estruturais ou cortar às cegas na despesa quando for inadiável?

Infelizmente, a minha resposta é que tem maiores custos políticos proceder às reformas estruturais. O poder político assenta em coligações de interesses e as reformas iriam alterar o equilíbrio, sempre precário, entre os diferentes parceiros. Logo, a base de apoio do governo poderia esboroar-se.
Pelo contrário, aguardar pelo último segundo, do último minuto, para proceder a cortes cegos na despesa, tem menos potencial para hostilizar os apoiantes. O governo dirá que tentou evitar as medidas mais duras e, ainda, que tratou todos por igual. Nessa perspectiva, poderá tentar manter a sua legitimidade para governar.
Claro que esta segunda via tem mais custos para o País, mas o partido do governo pode ver aí a sua única tábua de salvação.

Comentário: Como previ em 2010, o governo de Portugal (PS e PSD/CDS) aguardou pelo último segundo para proceder a cortes na despesa que, à última hora, terão de ser cegos. Com os efeitos perniciosos que a Drª Teodora Cardoso aponta — ver post anterior.

uma evidência


Portugal tem de enveredar por uma nova estratégia de redução de despesa que aumente a eficiência da economia e que responsabilize os decisores da Administração, não podendo continuar a fazer contraproducentes cortes cegos, defendeu hoje a presidente do Conselho Nacional das Finanças Públicas (CNFP).

Teodora Cardoso afirmou que "Portugal levou dois anos a fazer cortes cegos, e esse é o maior problema". "Naturalmente que, se houver medidas mais restritivas, essas medidas terão impacto na economia, sobretudo se estas medidas não tiverem ganhos de eficiência. Mas, as medidas restritivas até podem ter impacto positivo na economia se conseguirem ganhos de eficiência, é essa parte que ainda não conseguimos", acrescentou.

DE

e temos o retro-estado-novo-chic

Retro product renaissance proving popular in Portugal (BBC)

Toys, perfumes and foods with a vintage look are proving particularly popular with tourists and are helping revive the country's flagging economy.

just ask



PS: Como se ouve, aos 12 anos esteve a trabalhar no Verão, na HP.

E os sapatos

Aquela indústria no Norte que ia desaparecer devido às suas óbvias insuficiências (pouca formação, etc. e tal). Via CCZ.

How 'Made in Portugal' is expanding its footprint on global stage, CNN

"Portuguese shoes are now the second most expensive in the world, behind Italian shoes, according to industry group APPICAPS. Marketing drives and innovation has helped grow the industry's exports by 6% every year for the past five years"
 
 

uniformizar II


Para já está em marcha um novo ajustamento salarial no Estado que inclui não só as empresas que giram na órbita pública e que já integram as contas nacionais como uma diminuição do fosso salarial entre as carreiras especiais e gerais na função pública. Tudo para compensar os cortes impostos pelo Tribunal Constitucional (TC) a quatro normas do Orçamento do Estado (OE) para este ano.

Estão nestes casos os vencimentos dos docentes universitários (incluindo reitores, vice-reitores, professores catedráticos, professores associados com agregação, professores auxiliares e leitores), os docentes do ensino superior politécnico, os médicos, enfermeiros, polícias, incluindo Guarda Nacional Republicana (GNR), militares dos três ramos das forças armadas, juízes e pessoal dirigente, entre muitas outras.

O objectivo é diminuir o peso destes vencimentos na massa salarial global paga pelo Orçamento do Estado. “As opções podem incluir a aplicação de uma tabela salarial única, escreveu Passos Coelho, numa carta enviada na quinta-feira ao FMI, à Comissão Europeia e ao BCE.

Ionline

PA: ... de um dia para o outro, esta população que, nos últimos anos parecia gostar tanto do Estado e dos benefícios que o Estado lhe trazia, se vai tornar uma inimiga radical do Estado.

14 abril 2013

estados e bancos

A solvabilidade de uns está intrinsecamente ligada à solvabilidade dos outros, portanto já sabem.

Sair do €

É equivalente a default, haircut de depósitos e descida de salários só que com uma série de problemas adicionais com a nova moeda.

décadas de keynesianismo de esquerda e direita dá nisto

Dizem: as empresas e a economia para crescer precisam de crédito (tradução: aumento do stock de crédito).

Nem é da poupança "das famílias", porque isso retira consumo à procura agregada.
Nem é poupanças das empresas, porque isso seria admitir que precisam de aumentar os lucros (poupança).

É de crédito. Que nasce... da multiplicação dos depósitos à ordem. O crédito nasce e a procura agregada multiplica.

Como é que isto alguma vez poderá deixar de dar asneira ciclicamente.

por falar em Jesuítas

Data de Setembro de 2012, pode ajudar a enquadrar a órbita do lewrockwell.com, Rothbard, etc.

No anarcho-catholic.blogspot.pt:

James A. Sadowsky, SJ, December 28, 1923 - September 7, 2012: R.I.P.

It is with great sadness that I must devote this post, the site's hundredth, to the passing of James A. Sadowsky, SJ. He died this morning in his room at Murray-Weigel Hall, the Jesuit infirmary on the campus of Fordham University, where he had taught philosophy from 1960 until his retirement in 1998. (...).

Father Sadowsky and Murray Rothbard were friends and influenced each other philosophically from the early '60s until Murray's passing in 1995. I plan to to share my memories of this exemplary anarcho-Catholic priest, whom it was my good fortune to call a friend since 1983, in the near future. Until then, please see earlier posts about him on this blog and many of his articles on my site. And please pray for the repose of his soul.

Nota: Sadowsky convertido na sua juventude, vindo do anglicanismo em 1939.

H3 versus Macdonalds

"H3 expande negócio para o Brasil"

O sucesso até ao momento, de criação portuguesa, do modelo de negócio hambúrgueres 'gourmet', e que esperemos continue, deve ser devidamente apreciado.

Se ouvíssemos há uns anos, ainda por cima com a crise a desenvolver-se, como foi o caso, um amigo a dizer-nos: vou arriscar num negócio - hambúrgueres - o que pensaríamos? Está maluco.

Fica provado (mais uma vez) que a função empresarial é ser o maluco que se arroga de ver o que os outros não vêm. Nunca tal característica poderá ser domesticada, ensinada, estruturada, transmitida. Neste caso, tem um sabor especial um sucesso de uma cultura cath contra uma grande e admirável máquina prot. Claro que o maior teste é o do tempo e como criar uma organização que sobreviva ao crescimento, dimensão e ... o tempo. Talvez se possam inspirar na Igreja, sei lá, ou não, quem sabe?

uniformizar

“As opções podem incluir a aplicação de uma tabela salarial única, a convergência da legislação laboral e dos sistemas de pensões do sector público e privado”, escreveu Pedro Passos Coelho, numa carta enviada na quinta-feira ao Fundo Monetário Internacional (FMI), à Comissão Europeia (CE) e ao Banco Central Europeu (BCE), a que a agência Lusa teve acesso.
Público

Comentário: O adiamento das reformas estruturais parece que vai acabar nisto, tratamento igual para realidades diferentes. Agora chamem-lhes neoliberais.

13 abril 2013

Ó Soares

No regicídio, D. Luís Filipe, com 20 anos, já ferido, ainda conseguiu sacar da pistola e matar um dos assassinos antes de morrer.

escracho

Escracho: manifestação à porta da casa ou do local de trabalho de alguém sobre quem se pretende chamar a atenção mediática.

Os escrachos começaram na Argentina e, num processo de colonização reversa, chegaram agora a Espanha. Devem estar a surgir em Portugal.

curiosidades

christian anarchism
http://en.wikipedia.org/wiki/Christian_anarchism

anarcho-catholicism
http://t.co/CdnmPzkfPe

anarcho-monarchism
http://t.co/rO2fCi2ZZB

voluntaryism
http://t.co/uYJStodWHU

agorism: revolutionary market-anarchism
http://t.co/yeBHwTOqk7

national-anarchism
http://t.co/WUngDrMR

12 abril 2013

todas

Desde os alvores do tempo que todas as nações tiveram governos; e todas as nações tiveram vergonha dos seus governos. Não há coisa tão nitidamente falaciosa como supor que, em períodos mais agrestes ou mais elementares da história, as actividades de governar, julgar e punir eram perfeitamente inocentes e dignas.
Chesterton

um harém

‹‹Mulheres›› é um termo depravado... que me soa sempre canalha. É um termo que me soa a cinismo e a hedonismo oriental. Uma mulher é uma rainha. Um conjunto de mulheres é um harém à solta.
Chesterton

cassandra

‹‹Estamos a afundar-nos››... e ela também ajudou à festa. Basta pensar quando "mascarou" as contas públicas com a cedência de créditos fiscais ao Citigroup (1,7 MM€), em vez de... em vez de cortar na despesa.

11 abril 2013

A má recessão


(post parcialmente inspirado neste comentário do Ricciardi)
Em 2008, depois de anos de sucesso económico, a Letónia enfrentou, como outros países, o rebentar de uma bolha de crédito. O governo da Letónia poderia ter tentado acomodar o impacto da crise como fez o português, mas não o fez. Pelo contrário, deixou que os sectores da economia que mais setinham alimentado de crédito caissem. E cairam rapidamente e com estrondo. O PIB caiu 17% num ano e a taxa de desemprego subiu 10 pontos em apenas dois anos. Os salários cairam cerca de 20%. Nas palavras de Christine Lagarde: “Latvia decided to bite the bullet. Instead of spreading the pain over many years, you decided to go hard, and to go quickly.”.
A estratégia resultou. Em 2010, a Economia da Letónia já cresceu um pouco e em 2011 estava pertos dos níveis de 2008. Isto aconteceu porque o processo de extinção de sectores pouco produtivos e realocação de recursos foi rápido. Compare-se agora com o caso português:
PIB
Fonte: EIU
Em Portugal, o estado tem feito os possíveis para que a recessão não seja profunda, com algum sucesso. Ao lado da Letónia, a linha do PIB em Portugal é quase flat, sem grandes oscilações. O sector privado continua a desalavancar, mas o mesmo já não acontece com o sector público que continuou a acumular dívida. Ao contrário da Letónia, Portugal continua a alimentar sectores ineficientes que viviam à sombra da dívida (maioritariamente o sector público e respectivos dependentes). Um corte a sério causaria uma forte recessão, mas garantiria a realocação de recursos necessária para alimentar a retoma. Pelo contrário, em Portugal, em vez de se reduzir o sector público ineficiente e alimentado há anos por dívida, vai-se matando aos poucos o sector produtivo, ao forçá-lo a alimentar o sector parasita.
Mas isto vai para além de conversa de economistas. Esta decisão tem um impacto humano dramático. Voltemos às comparações entre Letónia e Portugal, desta vez a taxa de desemprego:
DEsemprego
Fonte: EIU
Aqui convém referir dois pontos importantes em relação ao desemprego. O primeiro é que uma economia, por definição, só gera emprego se crescer acima dos ganhos de produtividade. Uma economia estagnada ou a crescer pouco não cria emprego. O segundo ponto importante é que, embora o desemprego possa ser causador de problemas económicos para as famílias no curto prazo, o verdadeiro problema está no desemprego de longo prazo. O desemprego de longo prazo é o verdadeiro factor incapacitante da força de trabalho. Quando os trabalhadores ficam desempregados por mais de 3-4 anos, não perdem apenas o emprego, perdem a profissão. Não é grave que uma economia tenha temporariamente taxas de desemprego de 25%, se puder rapidamente baixá-las para 10%. É bem mais grave para os indivíduos afectados pelo desemprego que uma economia tenha de forma permanente taxas de desemprego nos 15-20%. Uma economia com taxas de desemprego altas e estáveis condena os seus desempregados à incapacidade profissional.
O estado português ao recusar-se a fazer as reformas necessárias para permitir a urgente realocação de recursos de que a economia necessita para voltar a crescer, está a amputar centenas de milhares de pessoas (muitas jovens). Está a impedi-las de adquirirem ou manterem uma profissão, incapacitando-as social e economicamente para o resto da vida. Tudo isto para que alguns possam continuar a viver à mesa do orçamento.
A recessão que se vive em Portugal não é má pelos apenas efeitos imediatos que tem, é má, principalmente, por ser inútil e não estar a servir para corrigir desequilíbrios tão rapidamente como seria necessário. É má porque não é dirigida aos sectores que precisam de ser redimensionados. No final deste processo recessionário chegaremos ao mesmo ponto, mas teremos uma força de trabalho incapacitada, uma geração perdida e um sector privado ainda mais debilitado.