30 junho 2010

os craques da justiça

Não encontramos na Europa melhor futebol justiça que o português a portuguesa.

Chavismo


"O Governo está a interpretar os interesses do país", José Sócrates, a propósito do veto de hoje à venda da Vivo à Telefónica.

As frequentes deslocações do Primeiro Ministro à Venezuela começam a produzir efeitos!

Enfim, seria conveniente que alguém recordasse a José Sócrates que a PT é uma empresa privada na qual o Estado tem uma presença accionista residual, por isso, não tem nada que interpretar alegados (?!) interesses nacionais. Mau prenúncio para o que aí vem...


precisamos urgentemente de 750 M€

Mais um argumento a favor das portagens:
- Precisamos do dinheiro para indemnizar a Telefónica.

o mundial e a cultura católica

- É preciso ver que vamos defrontar uma equipa de um ranking superior ao nosso.
Este comentário, que ouvi ontem, revela o peso que a cultura católica (ver posts do PA) ainda tem em Portugal. Apesar da equipa portuguesa ter vindo a subir no tal dito ranking, os nossos compatriotas sentem-se atrofiados por estas questões de estatuto e, quando confrontados com um adversário hierarquicamente superior, baixam as orelhas e metem o rabo entre as pernas. Não foi o que se passou?
Devíamos ter apelado ao Papa, à Virgem Maria ou até directamente a Deus, para que nos autorizassem a malhar na escumalha castelhana.

Golden Share


De acordo com o Diário Económico, o Estado acaba de vetar a venda da Vivo à Telefónica, através da sua "Golden Share", apesar do voto favorável (à venda da Vivo) de 74% dos accionistas que puderam votar na Assembleia Geral de hoje (apenas 62% do total, sendo que a Telefónica, com 8% do capital da PT, foi inibida de participar na votação). Pelo contrário, os accionistas que votaram contra o negócio foram essencialmente aqueles que constituem o chamado "núcleo duro nacional" que, por sua vez, na generalidade dos casos, obtêm na PT importantes rendas na forma de diversos contratos de fornecimento e prestação de bens e serviços. Ou seja, o Estado que, salvo erro, tem uma participação directa no capital da PT inferior a 1%, em conluio com outra meia dúzia de accionistas nacionais, bloqueou um negócio que, afinal, era do agrado de 52% do universo global de accionistas (os 74% do universo de 62% do capital, que votaram favoravelmente, mais a Telefónica que fez a oferta).

A situação demonstra que, hoje, ao contrário de ontem, foi Portugal que marcou em fora de jogo. À margem da lei, como a União Europeia, que há muito revogou o direito dos governos nacionais às Golden Shares, irá em breve concluir. Quanto à ideia de uma OPA da Telefónica sobre a PT, penso que tal cenário não se colocará. Mesmo que surgisse, acredito, não teria grande sucesso. É que é bom de ver que o núcleo duro português e o Estado precisam da PT, não na óptica de accionistas, mas numa perspectiva de clientelismo. É uma panelinha que não interessa desmanchar. E o resto é conversa. Enfim, como sempre parece suceder em Portugal, quem perde é o pequeno accionista. Com aqueles 7,15 mil milhões de euros - do que li desta novela - teria sido possível montar uma estrutura semelhante à Vivo em qualquer parte do mundo, incluindo no Brasil. Sem sócios desavindos. Pelo contrário, tendo em conta a paz podre, agora formalmente instalada na Vivo, é provável que tenhamos uma reedição das lutas internas que, nos últimos anos, caracterizaram a vida do BCP. Quem ganha? Além do "núcleo duro" e da troupe de ex-PS's e ex-PSD's - que assim se eternizam no rol de pagamentos da PT -, só vejo mais um vencedor: a Telmex de Carlos Slim.

Ps: Ainda não consegui apurar como votou o fundo norte-americano Brandes, até aqui alinhado com mister Zeinal, mas que, ao que parece, era tido como independente e sem conflitos de interesses comuns aos demais. Estou com curiosidade para ver se também o Brandes votou a favor do negócio...

encolher o Estado

O nosso problema é político. É o de uma economia parasitária de um Estado sequestrado por uma minoria que não inova, não produz e não distribui. De um Estado e de um tecido empresarial onde os actores se confundem.
Oliveira, Daniel

Exactamente, vamos diminuir o Estado!

sem surpresa

Apática, passiva, desmoralizada, sem fibra, sem ambição, sem confiança, assim foi a Selecção Nacional perante uma Espanha que lhe ganhou com naturalidade. Não sei porque estranho mistério, o futebol português da nossa Selecção é um espelho fiel do que somos como país: medrosos, sempre à defesa, sem perceber que só ganha quem olha para a frente e consegue marcar, à espera que a bola entre por milagre. No fim, ninguém tem responsabilidade por nada e a culpa pertence sempre ao parceiro do lado. Quando as coisas ainda correm menos mal é quando alguém vindo de fora manda em nós. Sempre nos caracterizou essa pacóvia veneração pelo que não nos pertence. Entregues a nós próprios e à nossa infinita pequenez, resta-nos a mediocridade em que quase sempre vivemos.

29 junho 2010

a fallen star


A Selecção Nacional está fora do Mundial, tendo sido eliminada por uma equipa espanhola que, desde o início do jogo, assumiu a iniciativa da partida e que venceu com naturalidade. Enfim, o resultado não me surpreende, pois, como havia escrito antes, a equipa portuguesa nunca chegou a ser uma verdadeira equipa.

Desta feita, não vou criticar o seleccionador Carlos Queirós que, apesar de tudo, soube sair do Mundial com honra e humildade. Esta noite sobressaiu a imagem de um homem com "fair play" que soube admitir a justiça do resultado.

Contudo, não posso deixar de lamentar a atitude de Cristiano Ronaldo, que, tal como também já tinha escrito, tem tanto de bom jogador como de vedeta irritante. A sua prestação neste Mundial não foi digna de capitão da selecção do seu país...de melhor jogador do mundo, então, nem sequer vale a pena falar. Passou os jogos a tentar fintar toda a gente, a chutar do meio campo - sabe-se lá para onde -, a queixar-se dos árbitros, amuado e a fazer caretas. Ou seja, preocupado apenas consigo próprio. As suas declarações no final da partida contra a Espanha são o reflexo disso mesmo e de que Cristiano não possui ainda maturidade para capitanear uma equipa.

Enfim, seria bom que os seus familiares, os seus assessores, aqueles que o acompanham no dia a dia, o fizessem descer à Terra e lhe indicassem o caminho da redenção; que se deixassem de desculpas e manobras de "comunicação" patéticas. O sucesso é efémero. E Ronaldo é um grande jogador, mas ainda não é um grande senhor. Sê-lo-á no dia em que deixar em campo sangue, suor e lágrimas. Ainda não foi desta; oxalá seja na próxima.

pequenas diferenças

















Neste gráfico, que retirei do CC, falta um pequeno detalhe:
PIB/capita em relação à média da UE
Lisboa - 104,7%
Região Norte - 60,3%

o socialismo é amigo da pobreza

A principal consequência da introdução de portagens nas scuts é muito clara, os pobres ficarão mais pobres e os ricos ficarão mais ricos.
É o socialismo no seu melhor.

pessoas de princípios

Nós somos a favor do princípio do utilizador-pagador.

28 junho 2010

Matt Ridley no Cato

20 anos 20

O “estilo de vida gay” encurta a esperança de vida masculina em 20 anos, segundo múltiplos estudos científicos.
Passar às crianças a ideia de que ser gay é “normal”, não deixa de ser extraordinário, numa sociedade obcecada com os malefícios do tabaco, da obesidade, do sedentarismo, do colesterol, etc.
Qual é o pai ou a mãe que pode aceitar de bom grado que os filhos optem por um estilo de vida destes?

uma ideia absurda

A ideia de que os estados estão a poupar é absurda. Mas, se estivessem, não viria daí nenhum mal ao mundo. A poupança não implica que os recursos deixam de ser utilizados ou que desaparecem. Pelo contrário. Implica que são redireccionados do consumo para o investimento. E não há crescimento económico sem investimento e sem a respectiva poupança.
Joãomiranda

27 junho 2010

nem no tempo do KGB

Métodos da polícia belga sem precedentes, mesmo  nas ditaduras comunistas. Em particular, a profanação dos túmulos de arcebispos na Catedral de St. Rombouts, em Mechlin, ultrapassou todos os limites do bom senso.

crisis de liderazgo

La cumbre del G-8 confirma la crisis de liderazgo mundial

El resultado constata la pérdida de sentido de la reunión de las ocho primeras potencias mundiales y concluye sin acuerdos de trascendencia.

cogito ergo sodom

A lavagem ao cérebro das criancinhas agora dá pelo nome de “lições de filosofia”. Enquanto a vera filosofia apenas ensina a colocar perguntas, a filosofia do Arraialito transmite certezas: somos todos iguais. O género que Deus nos deu não quer dizer nada, se queres saber quem és, não olhes para o escrito que tens entre as pernas, olha para o céu... para o arco-íris...
- cogito ergo sodom

26 junho 2010

dead end


The Keynesian Dead End

Spending our way to prosperity is going out of style.

achtung


Um alerta aos admiradores do bilionário George Soros.

Porto

olha as greves na China, ahahahahah

Por muito boa vontade que tenha, não consigo compreender a notícia deste post. Os salários médios do sector têxtil, na China, são cerca de 30.00 €/mês. Mesmo que duplicassem, o sector manteria uma vantagem competitiva impressionante em relação à industria nacional.
Quanto ao aumento da procura induzido por melhores salários, como é que isso pode afectar a nossa indústria têxtil? As têxteis chinesas vão adaptar a oferta à procura até um novo ponto de equilíbrio, sem descontinuidades.
A realidade é exactamente oposta à que se defende nesta notícia. Se o têxteis chineses aumentarem ligeiramente de preço, os portugueses vão pagar mais por esses produtos, ficando com menos dinheiro no bolso para comprarem outros produtos nacionais, enquanto os têxteis nacionais nada beneficiam.
O único aspecto positivo das greves na China é que os nossos empresários se podem rir um bocado à custa dos chineses.

wishful thinking

A Associação Têxtil de Portugal (ATP) diz que as paralisações na China farão aumentar os custos de produção, aliviando a pressão sobre o preço das exportações portuguesas.

"Mais do que o aumento dos custos de produção, importa o aumento da capacidade de consumo, o que faz com que a China passe a exportar muito menos e a um preço superior", explicou João Costa, presidente da Associação de Têxtil e Vestuário de Portugal (ATP), comentando o aumento da agitação laboral na China.
O mesmo responsável avançou à "Lusa", que "se os trabalhadores chineses começarem a ter níveis salariais superiores, vai haver um aumento da capacidade de consumo, o que é uma notícia extraordinariamente positiva", pois "a partir daí muita produção que é colocada no mercado internacional e que pressiona fortemente o preço das nossas exportações acabará por ser fortemente aliviada".
"Mesmo que a subida dos salários não desencadeasse um aumento de custos [de produção], o aumento do consumo era suficiente, porque ao passarmos a ter um país (1.400 milhões de habitantes) com um consumo de jeito, há um alívio e uma melhoria substancial dos preços internacionais", acrescentou João Costa.

Via DE

recursos escassos

O ex-presidente da República Mário Soares defendeu esta quinta-feira que todos os utilizadores de auto-estradas devem pagar portagem e que os sacrifícios exigidos em tempo de crise devem ser partilhados por toda a população do País, escreve a Lusa.

PS: Mário Soares revela profundo entendimento económico nesta sua opinião. Sem o cacau das portagens há menos recursos para outras "funções do Estado".

acusações muito graves

Filipe Pinhal, ex-presidente do Millennium BCP, quebra o silêncio. Num documento, a que o SOL teve acesso, anexo à sua defesa, o antigo gestor do maior banco privado do país garante que a instituição financeira foi «governamentalizada», num processo que envolveu apoios políticos e a comunicação social.

25 junho 2010

Eng. Clint Webb

o estado policial europeu

Mais de oito mil pessoas foram detidas em quatro dias de operação conjunta entre 15 países europeus, incluindo Portugal, onde as forças de segurança detiveram 185 pessoas.
Na Operação Global Europeia participaram 256 700 agentes dos 15 países: Portugal, Bélgica, Bulgária, Espanha, Estónia, Finlândia, França, Grécia, Hungria, Irlanda, Itália, Lituânia, Malta, Polónia e Roménia.
As forças policiais apreenderam ainda um total de 468 armas e verificaram milhões de passaportes e documentos de identificação, segundo fonte oficial.
Realizaram-se mais de 10 526 intercâmbios de informação entre as polícias dos diferentes países, bem como 500 contactos fronteiriços, que permitiram a detenção de suspeitos relacionados com o tráfico de droga e de pessoas, armas ou veículos.

PS: Com o fim do Estado Social Europeu nasce o Estado Policial Europeu. Pelos vistos (pelo controle dos passaportes) estamos a aplicar, na Europa, a lei do Arizona.

como pagar as scuts

Vendam as Berlengas.

Carta Balnear por pontos

Edital para a época balnear 2010
Regime de multas e coimas aplicável nas praias:

Tipas com celulite - 10 pontos.
Varizes de grau III ou superior – 15 pontos
Pêlos nas virilhas – 20 pontos
Pneus na cintura - 25 pontos
Mamas descaídas ao léu – 30 pontos
Gordas com “fio dental” - 35 pontos
Anorécticas – 40 pontos

Carta Balnear

Regime sancionatório das infracções praticadas pelos utilizadores da orla costeira, no que respeita a sinalética e barreiras de protecção.

Não seria melhor obrigar os veraneantes a tirarem uma carta balnear (CB)? Talvez com um sistema de pontos e um chip obrigatório que alertasse as autoridades para a presença de infractores em zonas balneares interditas...
Ao que chegamos, nem na velhinha URSS o governo se atreveu a tanto.

see U in court

José Sócrates foi de uma vulgaridade extrema em relação a MMG. Claro que a “jornalista” não merecia outra coisa, mas o estatuto de primeiro-ministro exigia-lhe mais recato.
Toda esta má língua, contudo, deve quedar-se por onde está. Não faz qualquer sentido o processo que MMG moveu contra José Sócrates, nem se compreende que a PGR aceite a queixa. Seria o mesmo que colocar uma mordaça no governo.
Infelizmente, José Sócrates já instaurou tantos processos por difamação que quase dá gozo vê-lo no banco a responder pelo mesmo. E é assim que se vai desmoronando a nossa sociedade.
Mais intolerância e menos confiança entre todos é a receita para o colapso.

traição

Traição! A Telefónica prepara-se para votar segundo os seus interesses.
Zeinal Bava
PS: O CEO da PT ignora o que é o capitalismo.

24 junho 2010

os orfãos da esquerda no tapete

Ultimamente tenho passado os olhos por alguns blogues que se reivindicam da esquerda (Causa Nossa, Jugular, Câmara Corporativa, Arrastão, etc., à procura de gemas para o De Cabo de Esquadra. É uma experiência nova para mim que só lia o Blasfémias e O Insurgente.
A primeira impressão com que fiquei é a de que o debate ideológico Esquerda - Direita morreu. A “Democracia Liberal e Capitalista” derrotou por KO todas as outras ideologias, é o Fim–da-História. A chamada esquerda sobrevive agora de ideias avulsas, como confessa a deputada Inês de Medeiros. Ideias mais ou menos fracturantes e mediáticas, mas sem conceitos aglutinadores.
A principal consequência deste estado de coisas é que, na ausência de debate, emergiu a agressão. Nos ditos blogues predominam os insultos, a difamação e um chorrilho de palavrões que não dignificam nenhum espaço público.
Compreendo, até certo ponto, esta orfandade ignorante e atrevida. De que é que nos poderiam falar estes "esquerdistas"? Do centralismo democrático? Kaput! Ditadura do proletariado? Kaput! Materialismo dialéctico? Kaput! Materialismo histórico? Kaput! Marxismo? Kaput! Maoismo? Kaput! Social-democracia? Kaput! Planeamento económico? Kaput! Estado Social? Kaput!
A única saída aparente é disparatar. Insultar os mensageiros e os porta-vozes da Democracia Liberal e Capitalista. Não vai mudar o mundo, mas sempre entretém o pessoal.

confusão total

As contas públicas portuguesas estão numa confusão total.
Ernst & Young
PS: Fatawa da CC condena E&Y

banca e estado contra o povo

Estado come as empresas
Com recursos cada vez mais limitados, os bancos estão a optar por emprestar mais dinheiro ao Estado, em detrimento das empresas, mostram os dados do Banco de Portugal. Em Março e Abril o crédito concedido às Administrações Públicas subiu 138% e 170%, respectivamente.
“Os bancos estão a aplicar a pouca liquidez que têm, directa ou indirectamente, em títulos de dívida do Estado português, uma operação com menos risco”, aponta Paulo Soares Pinho, economista especializado em banca. Os bancos financiam o Estado e utilizam depois os títulos do Tesouro como garantia junto do Banco Central Europeu para receberem os empréstimos de que precisam.
De fora desta triangulação ficam as empresas, que são de longe os agentes da economia real mais afectados pelo fecho da torneira do crédito. A rarefacção de fundos traduz-se numa menor capacidade em avançar com novos projectos, em manter os que existem, o que conduz a menos empregos criados e a mais desemprego: em Abril, segundo a OCDE, Portugal registou uma taxa de 10,8% da população activa. Trata-se de um máximo histórico nacional e a quarta taxa mais elevada dos 30 países mais desenvolvidos do mundo.
Via ionline

PS: Já não estamos a caminho do socialismo, estamos a caminho do comunismo. O monstro destrói a economia.

os frutos do socialismo

A economia portuguesa está perto de passar pela mais prolongada recessão dos últimos 50 anos. Depois de uma quebra abrupta do PIB no ano passado, a contracção pode prolongar-se até 2011, com o desemprego persistentemente acima dos 11% durante quatro anos a fio.
Esta é, pelo menos, a previsão da Ernst & Young, que ontem tornou públicas as suas projecções macroeconómicas. As estimativas da consultora, as mais recentes até agora, são as primeiras a levar em conta o impacto das medidas de austeridade que o Governo implementou ou planeia implementar, sendo, também por isso, as mais pessimistas.
Via JN

nation building

Counterinsurgency, as defined by McChrystal's successor, Gen. David Petraeus, and tepidly embraced by Barack Obama for a year or so, does not just involve nation-building, it is nation-building.
This does not just require political acumen, it requires the wisdom of Aristotle, the leadership skills of George Washington and the analytic sophistication of Tocqueville. But, then, the grinding paradox of nation-building is this: No one with the aptitudes necessary for it would be rash or delusional enough to try it.


George Will

23 junho 2010

unwanted consequences

O governo sabe qual é o impacto no IRS, no IRC e no IVA, da cobrança de portagens nas scuts? E qual é o impacto no PIB das regiões? Ou a decisão foi tomada em cima do joelho...

opinião dos profes s/ os caloiros

1.     Sem hábitos de trabalho e sem espírito de sacrifício.
2.     Cultura de facilitismo.
3.     Conhecimentos superficiais.
4.     Não sabem quanto é ½ + ½.
5.     Contam pelos dedos.
6.     Chegam infantilizados.
7.     Há menos maturidade.
8.     Entram com a preparação da antiga 4ª classe.


Via Público

as origens da guerra

Chimpanzees make lethal coalitionary attacks on members of other groups. This behavior generates considerable attention because it resembles lethal intergroup raiding in humans. Similarities are nevertheless difficult to evaluate because the function of lethal intergroup aggression by chimpanzees remains unclear. One prominent hypothesis suggests that chimpanzees attack neighbors to expand their territories and to gain access to more food. Two cases apparently support this hypothesis, but neither furnishes definitive evidence. Chimpanzees in the Kasekela community at Gombe National Park took over the territory of the neighboring Kahama community after a series of lethal attacks. Understanding these events is complicated because the Kahama community had recently formed by fissioning from the Kasekela group and members of both communities had been provisioned with food. In a second example from the Mahale Mountains, the M group chimpanzees acquired part of the territory of the adjacent K group after all of the adult males in the latter disappeared. Although fatal attacks were suspected from observations of intergroup aggression, they were not witnessed, and as a consequence, this case also fails to furnish conclusive evidence. Here we present data collected over 10 years from an unusually large chimpanzee community at Ngogo, Kibale National Park, Uganda. During this time, we observed the Ngogo chimpanzees kill or fatally wound 18 individuals from other groups; we inferred three additional cases of lethal intergroup aggression based on circumstantial evidence (see Supplemental Information ). Most victims were caught in the same region and likely belonged to the same neighboring group. A causal link between lethal intergroup aggression and territorial expansion can be made now that the Ngogo chimpanzees use the area once occupied by some of their victims.

Via Current Biology

22 junho 2010

últimas

A Via Verde não aceita carros de matrícula estrangeira porque o campo correspondente à matricula só aceita o formato das matrículas nacionais.
E esta?

portagens são veneno



"O Governo está a tentar convencer o PSD para não se juntar à oposição nesta questão, mas os sociais-democratas exigem que a privacidade dos cidadãos não seja posta em causa".
"O Governo está a tentar convencer o PSD a não se opor à cobrança de portagens nas SCUT a partir de 1 de Julho através dos dispositivos electrónicos de matrícula, noticiam o Diário de Notícias e o Diário Económico".

Via TSF
PS: Sócrates oferece cálice de veneno a líder do PSD.

cicuta económica para o Norte

As portagens nas scuts são uma verdadeira cicuta que Sócrates nos quer forçar a engolir. O princípio do utilizador pagador poderia ser justo se o esforço fiscal fosse metade do que é, mas no actual contexto não fazem sentido nenhum.
As pessoas afectadas não dispõem dos recursos necessários para pagar as portagens e as alterações que vão ser obrigadas a fazer nas suas vidas vai ter um impacto económico negativo incalculável, nas regiões afectadas.
É muito possível que esse impacto negativo ultrapasse os cerca de 700 M€ que o governa espera obter com as portagens, mas duvido que alguém vá fazer essas contas.
A única saída é devolver a cicuta a Sócrates, com um recado:
- Beba-a o senhor!

Lisport

Megalópolis com 9,7 milhões de habitantes que se estende de Lisboa à Corunha. As portagens dentro desta região são um atentado à economia.

stress tests

O Banco de Espanha estará a ludibriar os investidores? Já não digo nada...

uma boa notícia

De acordo com o presidente da comissão instaladora, a decisão das três associações de fusão da componente institucional implicou “longas negociações”, tendo sido necessário “ultrapassar sucessivas dificuldades”, o que faz da CIP “um projecto onde só há ganhadores”.

A nova CIP resulta da decisão das três associações empresariais -- Associação Empresarial de Portugal (AEP), a Associação Industrial Portuguesa -- Confederação Empresarial (AIP-CE) e a Confederação da Indústria Portuguesa (CIP) -- de fundir as componentes institucionais e que “dedicará uma atenção muito especial às pequenas e médias empresas [PME]”.

“A economia nacional e as empresas portuguesas, que passam a contar com uma nova estrutura associativa mais forte, independente do poder político, que melhor defenderá os seus interesses, são igualmente ganhadores [bem como] a AEP, a AIP-CE e a CIP”, realçou João Gomes Esteves, em conferência da imprensa, nas instalações da AEP, em Matosinhos.
Via Público

21 junho 2010

uma economia com bolhas é melhor do que uma lisa

Os mercados podem não ser perfeitos mas são a forma mais eficiente de garantir que os preços se aproximam dos valores mais correctos, do chamado ponto de equilíbrio que ajusta a procura à oferta. A alternativa aos mercados, pura e simplesmente não existe.
Carlos Tavares tem portanto razão e João Galamba está errado. Sempre que os preços são estabelecidos administrativamente, ou quando a especulação é proibida, o resultado é catastrófico, como estamos a assistir, em directo, na Venezuela e no Zimbabué. Carência de bens de primeira necessidade, fuga de capitais, inflação e o chamado mercado negro.
Há bolhas especulativas? Com certeza. Contudo, como João Galamba irá descobrir em breve, mais vale uma economia com bolhas especulativas do que uma economia lisa. Os mercados, até os mercados negros, são mais eficientes do que qualquer outra alternativa. E não é necessário ir à bruxa para descobrir isto, qualquer manual de economia é suficiente.

um ataque selvagem

O diário do Vaticano "L'Osservatore Romano" atacou hoje o recém-falecido escritor português José Saramago num artigo em que o define como "populista e extremista" de ideologia antirreligiosa e marxista.
Um dia depois da morte do Nobel da Literatura 1998, o diário da Santa Sé publica um obituário intitulado "A (presumível) omnipotência do narrador", assinado por Claudio Toscani.
"Foi um homem e um intelectual de nenhuma admissão metafísica, ancorado até ao final numa confiança arbitrária no materialismo histórico, aliás marxismo", lê-se no artigo.
"Colocado lucidamente entre o joio no evangélico campo de trigo, declara-se sem sono pelo pensamento das cruzadas ou da Inquisição, esquecendo a memória do 'gulag', das purgas, dos genocídios, dos 'samizdat' culturais e religiosos", acrescenta.
O texto passa em revista a produção literária do escritor português, qualificando o romance "O Evangelho Segundo Jesus Cristo" (1991) de "obra irreverente" que constitui um "desafio à memória do cristianismo".
"Relativamente à religião, atada como esteve sempre a sua mente por uma destabilizadora intenção de tornar banal o sagrado e por um materialismo libertário que quanto mais avançava nos anos mais se radicalizava, Saramago não se deixou nunca abandonar por uma incómoda simplicidade teológica", escreve Toscani.
"Um populista extremista como ele, que tomou a seu cargo o porquê do mal do mundo, deveria ter abordado em primeiro lugar o problema das erróneas estruturas humanas, das histórico-políticas às sócio-económicas, em vez de saltar para o plano metafísico", acrescenta.
O artigo afirma que Saramago não devia ter "culpado, sobretudo demasiado comodamente e longe de qualquer outra consideração, um Deus no qual nunca acreditou, através da sua omnipotência, da sua omnisciência, da sua omniclarividência".

PS: Vital Moreira considerou esta crítica um ataque selvagem. É de Cabo de Esquadra.

a bridge to nowhere

O cancelamento de obras públicas em Espanha pode transformar o nosso TGV numa "ponte para lado nenhum".

perdoa-me


"Lugar Senhor dos Perdões, Ribeirão, Vila Nova de Famalicão. Aqui mora uma empresa que, no final de Novembro passado, recebeu do IAPMEI dois milhões de euros. Duas semanas após o Estado ter tomado controlo de 40% do capital da Facontrofa, a fábrica deixou praticamente de produzir, por falta de encomendas, e entrou em "lay off" pouco tempo depois. Com salários e subsídios por pagar, a empresa viria a ser decretada insolvente em Maio último (...) Contactado pelo Negócios, o IAPMEI desculpa-se com a crise mundial para explicar o desfecho da aposta no Senhor dos Perdões (...) Com a Segurança Social a surgir como um dos principais credores da Facontrofa, no final de 2008 o passivo da empresa já ultrapassava os 19 milhões de euros.", edição de hoje do Jornal de Negócios.

A confirmar-se a história do Jornal de Negócios, o exemplo anterior é revelador de tanta incompetência, tanta incompetência, que não pode ter acontecido por acaso! É que não se entende como é que o IAPMEI, que supostamente tem técnicos competentes, pôde tomar 40% do capital desta sociedade, através de uma operação de aumento de capital; a mesma sociedade que, anteriormente, havia realizado uma operação de redução de capital para encobrir prejuízos do passado e; a mesma empresa que, na altura da transacção com o IAPMEI, já apresentava um passivo de 19 milhões de euros - traduzindo-se este numa alavancagem financeira de quase 300% do "novo" capital social -, contando entre os principais credores a Segurança Social...Enfim, este IAPMEI é que se tornou um extraordinário 'Senhor dos Perdões'.

duas opiniões

Meanwhile, spare a tear for Mr. Zapatero. The European Central Bank is telling him the only sure route to economic growth is austerity. President Barack Obama will use the G-20 meeting later this week to argue that stimulus, not austerity, is the key to prosperity. Mr. Zapatero needs the ECB and its bail-out facility more, right now, than he needs Mr. Obama.
Via WSJ

20 junho 2010

coisas difíceis de entender


O facto de a Carris - empresa pública e creio que, se a memória não me falha, em falência técnica - estar a fazer publicidade no AXN (ou seria a Fox Life?!)...

funeral de Saramago

Where is Cavaco?

a mania de ser inteligente


Amanhã, Portugal joga contra a Coreia do Norte, naquele que será uma oportunidade para a selecção se redimir do jogo contra a Costa do Marfim. Entretanto, já se sabe que Deco, a par de CR7, um dos mais influentes jogadores da equipa, não joga e, mais uma vez, esta nova ausência está rodeada de polémica. E confirma-se que Queiroz vive num mundo à parte. A sua intervenção na conferência de imprensa de hoje foi o exemplo daquilo que um líder não deve dizer. Vejamos:

“Um erudito da literatura dizia que o caminho mais directo entre dois pontos, com um muro pela frente, é uma linha circular, não ir sempre em frente. É essa que tem de ser a nossa estratégia”, continuou Carlos Queiroz que, sempre a falar por metáforas explicou: “Se temos uma muralha de jogadores e imaginar, por absurdo, que há uma equipa que tem como estratégia de jogo um bloco defensivo com nove jogadores do lado esquerdo parece-me menos claro jogar contra esses nove se há menos adversários do outro lado. Por vezes, no futebol, o caminho mais curto para a baliza não é uma linha recta.”

Enfim, como já aqui escrevi, o problema maior de Portugal é o seleccionador. Não sou o único que tenho esta opinião. Esta semana, no Expresso, Miguel Sousa Tavares escrevia "(...) há um erro fundamental de interpretação do professor quanto ao mandato que lhe foi confiado. Ele acha que aquilo que vem mostrando é o bastante para manter a pátria orgulhosa. E que, se daqui não passarmos, há sempre desculpas e explicações que nos consolam e onde ele é emérito (...) Segunda feira que vem, contra a Coreia do nosso Querido Líder, selecção nº 104 no ranking da FIFA, a nossa principal esperança é uma revolta a bordo ou uma manobra de génio do piloto principal, o Cristiano Ronaldo. Vá, heróis do mar, revoltem-se: a pátria agradece". Eu também!

Ps: A minha aposta para este Mundial, a Holanda, soma e segue. É uma máquina de bem jogar - mas que, também, sabe ganhar sem jogar bem -, não tem "mega" vedetas e, coisa indispensável nas equipas campeãs, tem dois ou três "mauzões" para bater nos adversários mais incovenientes. Juntamente com a Argentina, a Holanda tem sido a melhor equipa.

bota-abaixo

Não consegui deitar abaixo o edifício Coutinho mas vou deitar abaixo o Palácio de Belém...

19 junho 2010

15.000 anos de evolução

30.000 anos de evolução cultural

o valor da eutanásia

Em 2009, a Holanda despachou 2.636 doentes por eutanásia. Um número surpreendente para quem pensasse que a eutanásia se destinava apenas a casos extraordinários.
O extraordinário, porém, tem uma capacidade "extraordinária" de se tornar “ordinário”. Especialmente quando a eutanásia passa a ser considerada como uma “forma extrema de cuidados paliativos”...
Quando os socialistas começarem a analisar os dados da Holanda, nesta época de cortes orçamentais (considerando que 90% das despesas de saúde ocorrem nos últimos 6 meses de vida), a eutanásia vai parecer uma solução catita para cortar nas despesas de saúde.
Eu sugiro aos camaradas que, para além de oferecerem a eutanásia à populaça, paguem também o funeral, aos cidadãos com menos de 100.000 € em activos líquidos.

o ódio à condição humana


Um homem que despreze o engenho humano e as suas criações também é natural que odeie a liberdade.

18 junho 2010

o Papa filósofo

On Aquinas, Philosophy and Theology
VATICAN CITY, JUNE 16, 2010

Crónica de um Mundial

Como muitos outros, também eu tenho estado a acompanhar o Mundial e os incidentes que têm rodeado a Selecção Nacional. Ora, antes do início da competição, entrei numa espécie de totobola relativo aos jogos da fase de grupos promovido pelo ginásio que frequento e vaticinei, para Portugal, dois empates (Costa do Marfim e Brasil) e uma vitória (Coreia do Norte). Ou seja, segundo a minha previsão, não é certo que a Selecção passe à segunda fase. E, depois, do que já vi deste Mundial, receio que não passe mesmo, pois, parece-me que a ideia de Portugal empatar contra o Brasil poderá ser um bocadinho optimista...
A minha crítica à equipa de Carlos Queiroz é simples: a equipa não tem alma, aliás, a equipa não funciona como tal. Sem prejuízo da menor qualidade do plantel - restam poucas dúvidas de que, nesta convocatória, há muito jogadores que não teriam lugar nas equipas com que Portugal se apresentou nas mais recentes grandes competições internacionais -, não tenho dúvidas de que o principal responsável pela performance decepcionante é o seleccionador Carlos Queiroz.
As grandes equipas não são apenas conjuntos de bons jogadores. Pode acontecer que o treinador não tenha grande influência - como parece ser o caso da Holanda, na minha opinião, a principal candidata a ganhar este Mundial -, porém, em geral, um líder forte traduz-se numa equipa forte. Os melhores exemplos são Alex Ferguson e José Mourinho. Mas há outros como Jorge Jesus no Benfica e, até há pouco tempo, Scolari na selecção portuguesa.
Infelizmente, Queiroz é um líder fraco, apesar de o imaginar bem intencionado e empenhado em conseguir bons resultados. No entanto, a liderança, não se aprende, conquista-se e isso o seleccionador não foi ainda capaz de fazer e, provavelmente, nunca o fará. Falta-lhe carisma, que é uma coisa inata...ou se tem ou não se tem. Assim, na ausência de um líder forte e com a equipa limitada ao génio - e, também, infelizmente, ao vedetismo - de Cristiano Ronaldo, à habilidade de Deco e à consistência de mais dois ou três jogadores, será, como disse e bem Mourinho, impossível chegar longe.

stress tests

A decisão, ontem anunciada pela Comissão Europeia, de divulgar os testes de solidez (stress tests) realizados aos bancos europeus conduzirá, um pouco por toda a Europa, ao agravamento das condições macro económicas que a mesma Comissão tem tentado combater recentemente. Ou seja, combater o crescimento da dívida pública e/ou a redução do défice orçamental ficará ainda mais difícil de se fazer.
Escreve, hoje, o International Herald Tribune que "Under the agreement there was also a pleadge to show flexibility in applying rules limiting government aid to companies. That would allow European governments to move to recapitalize any banks found to be in trouble - before the publication of the stress test results". Ou seja, se algum banco estiver em dificuldades, o governo, antes que o público em geral o saiba, poderá, no limite, nacionalizá-lo.
Enfim, a escolha não é fácil. Por um lado, a estabilidade do sector, a curto prazo, aumenta. Por outro lado, o incentivo à eliminação de algumas más práticas diminui. Com a agravante de, uma vez mais, se estarem a socializar perdas, prejudicando todos aqueles que nunca beneficiaram de um só cêntimo nos lucros principescos dos bancos.
Assim, é provável que, em Portugal, um dos nossos principais bancos privados seja, de facto, nacionalizado. Se não for agora, sê-lo-á até Dezembro de 2012, altura em que entrarão em vigor as novas regras relativas aos rácios de capital - conhecidas como Basileia III - e que obrigarão muitos bancos a acabar com algum do ilusionismo contabilístico dos últimos anos.

Recursos naturais: a agenda chinesa

"Burning coal, which produces four fifths of China electricity, has already turned China into the world's largest emitter of greenhouse gases by an ever widening margin each year since 2006 (...) The leading Chinese negotiator on global warming, Xie Zhenhua, is not even on the 21 member commission that China created on January to set energy policy (...) the military and the main intelligence and security agency are playing an increasingly visible role in the setting of energy policy. The deputy chairman of the joints chief of staff of the People's Liberation Army is on the new 21 member National Energy Commission, as is the minister of state security", edição de hoje do International Herald Tribune.

ética do trabalho?

A propósito do meu post acerca dos feriados, e do primeiro comentário que aquele suscitou, gostava de levantar a seguinte questão: por que razão são as empresas - públicas ou privadas, não interessa - obrigadas a suportar 14 meses de salários e impostos afins, quando, na prática, os colaboradores só trabalham 11?
Quem nunca assinou cheques para pagar vencimentos, provavelmente, não tem sensibilidade para o assunto. Mas todos os outros que já tiveram essa responsabilidade - sobretudo aqueles que, além de gestores, também são proprietários - certamente, num ou noutro momento das suas vidas empresariais, já se questionaram acerca do assunto.

feriados a mais

Aparentemente, circula no Parlamento uma proposta de duas deputados do PS, Rosário Carneiro e Teresa Venda, no sentido de encostar os feriados aos fins de semana, a fim de acabar com as "pontes" que, descobriu-se agora, causam graves prejuízos à produtividade do país.
Enfim, a proposta é interessante, mas não resolve o problema maior: há feriados a mais! Assim, só há uma forma de resolver o assunto, ou seja, acabar com todos os feriados, excepto o dia de Portugal e, vá lá, o dia de Natal. Quanto aos restantes, se alguém os quiser celebrar, que meta férias.

sem dúvida

A partir de uma determinada carga tributária, o Estado passa de democrático a totalitário e é por esse motivo que é preciso impor--lhe limites.
Via DN
PS: O problema não é apenas o limite de cada imposto, mas a sua soma que, juntamente com os descontos para a segurança social, "come tudo". Em França há um limite global de 60%.

17 junho 2010

propaganda pura

CC sensível à propaganda do governo. Quantos beneficiários do RSI e do subsídio social de desemprego é que têm activos líquidos superiores a 100.000,00 €?
O PS anda a brincar com os pobres...

os governos agravaram a crise

"I think that governments have become like a cancer, they have expanded in the financial system," Faber said.
"I think the biggest problem is too much intervention. Whatever the government touches is usually done worse than in the private sector," he said.
Markets usually give signals when something goes wrong but, if the government is to intervene, as is the case of the European Central Bank, the Federal Reserve and the Bank of England's bond buying, government intervention hides these signals, according to Faber.
"I think any government intervention has unintended consequences and is negative," he said. When there is intervention, "eventually the market will break the intervention and things will blow out."
Via CNBC

redundantes

Ninguém planeou o sistema capitalista global, ninguém o gere e ninguém o compreende verdadeiramente. Isto é uma ofensa para os intelectuais porque os torna redundantes.
Peter Saunders, citado por Matt Ridley

Adam Smith meets Charles Darwin

Ideas have sex, in Ridley's schema; they follow a process of natural selection of their own, and as long as they continue to do so, there is reason to retire apocalyptic pessimism about the future of our species. Erstwhile zoologist, conservationist, and journalist, Ridley (The Red Queen) posits that as long as civilization engages in exchange and specialization, we will be able to reinvent ourselves and responsibly use earthly resources ad infinitum. Humanity's collective intelligence will save the day, just as it has over the centuries. Ridley puts current perceptions about violence, wealth, and the environment into historical perspective, reaching back thousands of years to advocate global free trade, smaller government, and the use of fossil fuels. He confidently takes on the experts, from modern sociologists who fret over the current level of violence in the world to environmentalists who disdain genetically modified crops. An ambitious and sunny paean to human ingenuity, this is an argument for why ambitious optimism is morally mandatory.
Via First Order Goods

16 junho 2010

it is my way or no way

I had a discussion with Barroso last Friday about what can be done for Greece, Spain, Portugal and the rest and his message was blunt: “Look, if they do not carry out these austerity packages, these countries could virtually disappear in the way that we know them as democracies. They've got no choice, this is it.”

o PS levou-nos à bancarrota

Sem a UE estávamos na bancarrota.
Mário Soares
PS: Condenação clara da governação do PS.

dores de parto

Portugal também está a fazer a sua transição de um regime iliberal (de partidocracia corrupta) para um regime de capitalismo liberal - o chamado Fim-da-História.
A reforma laboral é um elemento essencial dessa transição.

o Fim-da-História III

Flexibilizar despedimentos e mexer nas condições de atribuição do subsídio de desemprego são algumas das medidas que Bruxelas considera que Portugal tem de tomar para reformar o seu mercado de trabalho e criar condições para aumentar o potencial de crescimento da economia.

A recomendação surge no âmbito da análise às medidas de combate ao endividamento público em Portugal – que Bruxelas considerou ontem “não serem suficientes” para atingir o défice de 4,6% do PIB prometido para 2011 e a produzir uma inversão da tendência de agravamento da dívida pública.

Nela, a Comissão insiste na necessidade de acompanhar este processo de consolidação das contas do Estado de reformas estruturais para tentar resolver a mãe de todos os males: o fraco potencial de crescimento da economia portuguesa. “A implementação de reformas estruturais é capital para aumentar o potencial de crescimento do PIB”, escreve a Comissão, sugerindo que sejam postas em marcha “sem demora” as que possam ajudar a compensar o efeito de retracção que resultará de consolidação orçamental “considerável” que está em curso.

Via JN

PS: É muito irónico que vá ser o PS a conduzir estas reformas.

Contribuições sociais

Na minha opinião, o problema que em Portugal se vive em questões laborais não se prendem tanto com as leis que regem o despedimento, nem com os coeficientes que determinam os custos indemnizatórios no caso de rescisão, nem mesmo com a restrição que limita os despedimentos por mútuo acordo a 25% do pessoal por cada triénio. O verdadeiro problema são os impostos que incidem sobre o factor trabalho, nomeadamente as Contribuições Sociais (além do IRS) que tornam a folha salarial proibitiva para salários a partir de certos níveis. Ou seja, se as Contribuições Sociais e o IRS fossem eliminados criar-se-ia um poderoso estímulo à contratação.

liberdade laboral (Heritage)

Más companhias. Portugal no fundo da tabela, ao lado da Venezuela e a pouca distância de Cuba. (Clicar na imagem para aumentar).

direitos dos trabalhadores

As leis laborais em Portugal são inflexíveis. Os custos não-salariais do trabalho são elevados e despedir um trabalhador é difícil. Os horários de trabalho têm pouca flexibilidade.

15 junho 2010

uma verdade inconveniente

Via USA Today

capitalismo e liberdade

...
Se quisesse fazer uma única alteração, seria substituir a dicotomia entre a liberdade económica e a liberdade política pela “tricotomia” entre a liberdade económica, a liberdade cívica e a liberdade política. Depois de eu ter completado o livro, Hong Kong (antes de reintegrar a China) convenceu-me de que enquanto a liberdade económica é uma condição fundamental para a liberdade cívica e a liberdade política, a liberdade política, apesar de desejável, não é uma condição necessária para a liberdade económica e cívica.
Nesta linha, uma insuficiência deste livro é o tratamento inadequado da liberdade política, que nalgumas condições promove a liberdade económica e cívica e noutras inibe a liberdade económica e cívica.


Milton Friedman, no prefácio do livro Capitalism and Freedom (2002).

Separar a liberdade política da liberdade cívica parece-me um artificialismo difícil de explicar. Mesmo assim, Friedman, talvez influenciado pela experiência chilena, parece estar convencido, em 2002, que o capitalismo pode ter sucesso em regimes autoritários.
Eu concordo com este ponto de vista, o que penso é que o chamado capitalismo iliberal é sempre transitório. No Chile foi.

+ 1 obamada

Obama compares BP oil spill to Twin Towers attack.

+ 1 zapaterada

O Governo espanhol está a preparar uma reformulação da Lei da Liberdade Religiosa que, se for aprovada, vai proibir a exibição de crucifixos em edifícios públicos.
De acordo com informações avançadas pelo jornal espanhol El País, a nova lei prevê a proibição de símbolos religiosos em todas as instituições públicas, salvo se os objectos em questão tiverem "valor histórico-artístico, arquitectónico ou cultural protegido pela legislação".
Via DN

14 junho 2010

o mercado dos fedelhos...

O namoro entre dois rapazes nos "Morangos" de Verão (AMP no Jugular) não se destina a educar a populaça, por favor...
Talvez seja é uma maneira de suavizar a resistência dos fedelhos aos propósitos contra-natura de alguns pederastas. E, já agora, se calhar também é esse o propósito da educação sexual nas escolas.
ahahahahah

o Fim-da-História II



o Fim-da-História I

para acabar com a pobreza

The European Union as a whole differs from America even in the way it measures poverty. Ever since Lyndon Johnson declared “war on poverty” in 1964, it chose to define poverty in absolute rather than relative terms. Based on the European litmus test of “less than 60% of median income”, America has a high level of poverty: the existence of a very large prosperous middle class — a good thing, one would have thought — makes that almost a statistical inevitability.

Britain is quite like America in this respect — but Poland isn’t. So, on the official EU measurements there is “more poverty” in this country than in Poland. That is what happens when you misdescribe inequality as poverty. As Professor Saunders mordantly observes: “The people in Britain who get defined as poor actually enjoy a standard of living far higher than most Poles. Polish workers move to Britain in search of a higher standard of living, but, according to the EU, they make themselves poorer when they do so.”

That’s not unthinkable: it’s unbelievable.

13 junho 2010

o efeito recessivo

A família Silva endividou-se para além das suas possibilidades. O patriarca reuniu os membros da família e exigiu-lhes cortes nas despesas. O menino Zequinha fica chateado:
- Ó pai, assim vamos ter de diminuir o nosso nível de vida...
- Pois vamos, respondeu o pai. Ou diminuímos o nosso nível de vida ou vamos ao charco.

PS: A ideia de que os cortes orçamentais (devem ser evitados porque) têm um efeito recessivo só faria qualquer sentido se não existisse défice. Na actual crise, o chamado “efeito recessivo” corresponde a passarmos a viver dentro das nossas possibilidades.
Perceberam, ou precisam de um gráfico?

estúpida

A Srª Angela Merkel é ..."estúpida".
Nicolau Santos, no Expresso

a China a caminho do Fim-da-História

Las huelgas se han intensificado esta semana, con paros, entre otros, en el fabricante taiwanés de material deportivo Smartball, en la provincia sureña de Jiangxi; en la empresa taiwanesa del sector del caucho KOK, en Jiangsu, y en la compañía japonesa de máquinas de coser Brother, en Xian, donde 900 trabajadores paralizaron la producción en dos plantas.


Las manifestaciones han afectado a miles de personas, y en general han sido pacíficas. Sin embargo, alrededor de 50 huelguistas de KOK resultaron heridos el miércoles en la provincia costera de Jiangsu, cuando las fuerzas de seguridad intentaron impedir que protestaran en la calle. Los trabajadores exigían compensaciones por las altas temperaturas, un seguro completo, ayudas para alojamiento y que trabajar los sábados sea voluntario. "Tenemos que trabajar a 40 ó 50 grados y se niegan a hacer nada para solucionarlo", se quejaba uno de los obreros al diario de Hong Kong South China Morning Post.


La mayoría de los paros han sido suspendidos después de negociar. No es el caso en Honda. El grupo japonés dijo ayer que dos de sus plantas de montaje en el sur de China han vuelto a funcionar, tras la paralización intermitente de las últimas semanas por huelgas en las filiales de transmisiones y de tubos de escape. Pero añadió que la protesta que mantienen los empleados de su subsidiaria Honda Lock en Guangdong, que produce cerraduras, no ha sido resuelta. Varios cientos de obreros de la empresa, que emplea a 1.500 personas, se concentraron ayer a las puertas de la factoría. Honda ha ofrecido un aumento de 100 yuanes (12 euros) al mes sobre un salario de unos 1.700 yuanes (206 euros), mientras los empleados piden un sueldo superior a 2.000 yuanes.


Los trabajadores de Honda Lock demandan también la creación de sindicatos independientes, algo tabú en este país, donde están prohibidos. Las asociaciones de defensa de los derechos laborales existentes en China están ligadas al Partido Comunista y actúan, normalmente, al servicio de los empresarios.
Via El País

nos ha mandado al carajo

En estos meses que quedan Zapatero debe hacer la tarea dura y asumir los deberes que le impone la UE, el FMI y los mercados. Deberes que él no ha sido capaz de hacer y que ahora hace contra su voluntad. Él ya no manda. Afortunadamente para España, Zapatero ya no gobierna, sino el Eurogrupo, la Comisión Europea… pero no Zapatero. Por ejemplo, ¿¡cuántas veces le hemos pedido la reforma laboral y nos ha mandado al carajo!? Lo que está haciendo no es por gusto.
Via Diário Digital

PS: Estas afirmações de Duran i Lleida (político catalão) encerram um erro tremendo, ninguém tem capacidade, nem legitimidade, para liderar um programa alheio. Está a acontecer o mesmo em Portugal.

a ameaça turca

It is now clear that this was a fundamental misjudgment. Turkey is indeed growing richer, but the extra wealth is only lubricating its slide towards extremism. Its military links with Israel, so long a defining feature of its pro-western foreign policy, were spectacularly ended a fortnight ago after the Israeli Defence Force raided a flotilla bound for Gaza and nine Turks were killed. Since then, the anti-Israeli rhetoric of Recep Erdogan, Turkey’s Prime Minister since 2003, has only encouraged the country’s shift towards an anti-western position.
It is tempting to blame Erdogan for the change, and dismiss him as a wild card. But his success (reinforced by his 2007 re-election) reflects a profound transformation in Turkish identity. Economic growth has empowered the provincial middle class, at the expense of the secular elites who once ruled in Istanbul.
After decades of staying out of Middle Eastern politics, Turkey is emerging not just as a player but an agitator. It is warming to the idea of a politically united ‘Muslim world’.

11 junho 2010

ponto cego

Why are so many liberal intellectuals, social democrats and feminists so silent on the more noxious features of Islam – the fierce intolerance toward unbelievers, the repression of individual freedom, the routine abuse of children, the misogyny, the forced subservience of women? “It’s the seduction of totalitarianism,” she says. In her view, Western defenders of Islam are the intellectual heirs of those highly intelligent men and women who used to heap praise on Comrade Stalin. “It’s a blind spot that left-wing intellectuals have always had.”

Margaret Wente

um país excepcional (II)


"PS cede a autarcas na contratação de trabalhadores (...) Com esta alteração de última hora ao pacote de austeridade, aprovado na quarta-feira no Parlamento, o PS facilita as condições de recrutamento de funcionários pelos municípios", edição de hoje do DE.

10 junho 2010

os burocratas que paguem a crise!

Trichet e Constâncio anunciaram hoje que, afinal, as coisas não estão tão mal como pareciam. Contudo, pelo sim pelo não, estão os dois com as mãos na carteira. Não vá alguém lembrar-se de pedir-lhes responsabilidades.

há vida

Alguém me saberá dizer qual é o signo da deputada Inês de Medeiros? É que eu adoro pequenas notas introdutórias.
PS: Com a morte do socialismo, os órfãos convenceram-se de que morreram as ideologias. Bem-vindos ao mundo simplex.

Obama tem razão


Ao contrário do que o Joaquim aqui sustenta, eu acho que o Obama tem razão. Como, também, aqui escrevi em Março passado, a islamização da Turquia é consequência directa do repúdio de que tem sido alvo por parte da União Europeia. E ainda há dias, antes do ataque israelita à flotilla, o diplomata britânico Chris Patten afirmava, em entrevista ao FT, que, no presente, o maior desafio na Europa seria integrar Turquia na União Europeia.

Acontece, porém, que essa oportunidade foi perdida. E a prova disso são os avanços, nunca antes vistos, da influência islâmica sobre as estruturas militares turcas, até aqui tidas como os pilares da secularização na Turquia. Ou seja, do país fundado por Ataturk começa a restar pouco. Esta tendência estende-se ao seu próprio partido, o CHP, que, estando na oposição há quinze anos e tendo recentemente elegido um curdo (o senhor Kemal Kilacdaroglu) como novo líder do partido, se prepara para continuar de fora da governação, abrindo caminho à manutenção do AKP - do primeiro ministro Erdogan e do presidente Gul - no poder. Em suma, é provável que a Turquia se aproxime do Irão e não da União Europeia, da América nem, muito menos, de Israel.

o pateta

Obama culpa a UE pelo comportamento da Turquia. Esta é a afirmação mais leviana e pateta que já ouvi. A Turquia está a perturbar a ordem no médio oriente porque Obama é percebido internacionalmente como um líder fraco.
Esta fraqueza dos EUA vai permitir a emergência de conflitos regionais que podem alastrar a todo o globo. A Turquia ou é admoestada ou pode ser a origem desse tipo de conflitos.
Em vez de sacudir a água do capote, Obama deve ameaçar a Turquia com a expulsão da Nato e enviar a marinha para a região para evitar uma escalada do conflito turco-israelita.
A Europa não pode continuar a confiar no "polícia americano".

09 junho 2010

capitalismo iliberal II

Capitalismo iliberal é uma contradição de termos, um conceito problemático que só existe na cabeça de alguns intelectuais. Por definição, o capitalismo é um sistema económico baseado na livre iniciativa e no mercado. Ora quer um quer outro destes ingredientes só existe verdadeiramente em sociedades liberais. Logo, numa sociedade iliberal nunca poderá florescer uma economia capitalista, embora, reconheçamos, se possam desenvolver laivos de capitalismo ou formas travestidas de capitalismo.
A livre iniciativa depende do reconhecimento de direitos cívicos, em particular do direito à liberdade e do direito à propriedade. Uma sociedade autoritária, por mais devotada que esteja ao desenvolvimento, fracassará no longo prazo se não respeitar estes princípios.
De igual modo, líderes não eleitos têm mais dificuldade em estabelecer a ponte entre as suas visões e a experiência popular, tornando-se mais depressa parte dos problemas do que das soluções.
Quando penso na China, um regime ditatorial de partido (comunista?) único que tem permitido alguns mecanismos típicos de sociedades capitalistas, nunca se me ocorre imaginar que os chineses descobriram uma alternativa à democracia liberal. Apenas que estão apaixonados pelo consumo e que, em breve, essa paixão criará uma força nascente que arrasará os últimos vestígios do maoismo.

déjà vu

Can there really be any parallel between the growth of Warsaw Pact nations in the 1950s and the spectacular Asian growth that now preoccupies policy intellectuals? At some levels, of course, the parallel is far-fetched: Singapore in the 1990s does not look much like the Soviet Union in the 1950s, and Singapore's Lee Kuan Yew bears little resemblance to the U.S.S.R.'s Nikita Khrushchev and less to Joseph Stalin. Yet the results of recent economic research into the sources of Pacific Rim growth give the few people who recall the great debate over Soviet growth a strong sense of déjà vu. Now, as then, the contrast between popular hype and realistic prospects, between conventional wisdom and hard numbers, remains so great that sensible economic analysis is not only widely ignored, but when it does get aired, it is usually dismissed as grossly implausible.
Popular enthusiasm about Asia's boom deserves to have some cold water thrown on it. Rapid Asian growth is less of a model for the West than many writers claim, and the future prospects for that growth are more limited than almost anyone now imagines. Any such assault on almost universally held beliefs must, of course, overcome a barrier of incredulity. This article began with a disguised account of the Soviet growth debate of 30 years ago to try to gain a hearing for the proposition that we may be revisiting an old error. We have been here before. The problem with this literary device, however, is that so few people now remember how impressive and terrifying the Soviet empire's economic performance once seemed. Before turning to Asian growth, then, it may be useful to review an important but largely forgotten piece of economic history.


Artigo de Paul Krugman, muito importante para compreender o sucesso do modelo de capitalismo iliberal chinês. Ver post anterior.

capitalismo iliberal

Teremos atingido o Fim da História? Eu estou convencido que sim. Fukuyama já esteve mais convencido do que agora e Henrique Raposo pensa que não. “A democracia liberal não é o fim de história obrigatório para todos os povos que escolham a via da modernidade; a modernidade tecnológica e económica não acaba sempre na forma política conhecida por democracia liberal”*.
Alguns estados asiáticos conseguiram construir uma modernidade “de cariz confucionista” que “se consubstancia num regime político que pode ser rotulado de capitalismo iliberal e que constitui uma alternativa viável à democracia liberal. Os exemplos de estados capitalistas iliberais de sucesso são a China e Singapura.
Fim do Fim da História? Não creio. Eliminemos "Singapura, Inc" do mapa e concentremo-nos na China. Como sabemos, a democracia está intimamente relacionada com o desenvolvimento económico. É rara nos países com um PIB/capita inferior a US$ 3,000.00 por ano, precária até aos US$ 6,000.00 e florescente a partir daí. Tendo a China um PIB/capita de apenas US$ 3,677.00, parece-me precoce rotular o capitalismo iliberal chinês de modelo alternativo.
Os chineses estão contentes e reconhecem legitimidade ao governo. Se eu fosse chinês também estaria contente com um regime que, apesar de tudo, retirou milhões de seres humanos da miséria absoluta. Especialmente, os sobreviventes da revolução cultural devem estar eufóricos.
Conseguirá, contudo, o capitalismo iliberal chinês elevar o nível de vida da população para padrões ocidentais, sem evoluir para a democracia liberal? Estou convencido que não (argumentos a apresentar mais tarde).
O que me parece precoce é apresentar o modelo chinês como alternativa. Por enquanto é uma boa alternativa à miséria, mas ainda não é uma alternativa à democracia liberal.

competição nas salas de aula

Depois de os meus pais terem feito amor, os milhões de espermatozóides do meu pai começaram a correr loucamente para ver qual atingia primeiro o óvulo da minha mãe.
O que é interessante é que só um pode ganhar a corrida, só um pode seduzir o óvulo. Este é um pouco caprichoso pois, habitualmente, escolhe o espermatozóide mais saudável, aquele que mais lhe interessa.
... 
A linguagem da concorrência e do mercado invade as salas de aula pela porta insuspeita da educação sexual. Como é possível aceitar um só vencedor? Como é possível conviver com o desprezo pelos milhões de perdedores. Só porque são mais fracos, só porque são menos saudáveis?
Que conclusões podem as crianças tirar de uma perspectiva destas? Foi para isto que introduziram a disciplina de educação sexual?

um país excepcional


"O ministro das Finanças anunciou que vai criar um mecanismo para controlar a evolução dos salários (...) Estas afirmações surgem um dia depois de o novo Governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, ter defendido a necessidade de Portugal proceder a ajustamentos salariais.", edição de hoje do DE (página 6).

"Ministério das Finanças permite aumento salarial de 1% na CGD (...) Foi concedido o regime de excepção à CGD, avançou, ao DE, Paulo Alexandre, membro da Febase (Federação do Sector Financeiro)", edição de hoje do DE (última hora).

neocolonialismo


A vuvuzela tem raízes históricas e culturais em África. Produz um ruído idêntico ao dos chifres de antílope usados em cerimónias tribais.
Os indígenas sul-africanos acreditam que é possível matar um babuíno com ruído intenso e, simbolicamente, procuram matar os adversários futebolísticos do mesmo modo.
A irritação dos taradinhos da bola com as vuvuzelas (aqui e aqui) é um bocado preconceituosa. Ou não? O homem branco não é um babuíno, ou é?

custos políticos III

O Governo falou ontem a várias vozes - e com mensagens diferentes - no que toca à necessidade de aprofundar a reforma das leis laborais. A pressão que Bruxelas fez sobre Portugal, pela voz do comissário dos Assuntos Económicos, Olli Rehn, colocou o ministro das Finanças na barricada dos que aceitam novas medidas neste campo, o da Presidência ao lado dos que estão "disponíveis" para aprofundar as já adoptadas, e os da Economia e do Trabalho na trincheira dos que as rejeitam.
PS: Reforma laboral? Fónix, é mais pacato voltar a aumentar o IVA ou cortar o 13º mês.

custos políticos II

No último post defendi a tese de que tem menores custos políticos para o governo cortar às cegas na despesa (ou aumentar os impostos) do que proceder a reformas. Vejamos alguns exemplos.
Encerrar escolas com menos de 20 alunos pode ser considerado um corte estruturante na despesa da educação. O mesmo relativamente ao fecho de certas urgências hospitalares. Já viram o alvoroço que estas medidas provocam?
Comparemos isto com o aumento de 1% no IVA, decidido no PEC II, por imposição de Bruxelas. Pacífico meus caros.
A conclusão só pode ser uma. O PS irá apostar na via facilitista.

08 junho 2010

custos políticos

Na sequência deste post do Ricardo e deste artigo do Alberoni, gostaria de colocar uma pergunta:
- O que é que tem maiores custos políticos, proceder atempadamente às chamadas reformas estruturais ou cortar às cegas na despesa quando for inadiável?
Infelizmente, a minha resposta é que tem maiores custos políticos proceder às reformas estruturais. O poder político assenta em coligações de interesses e as reformas iriam alterar o equilíbrio, sempre precário, entre os diferentes parceiros. Logo, a base de apoio do governo poderia esboroar-se.
Pelo contrário, aguardar pelo último segundo, do último minuto, para proceder a cortes cegos na despesa, tem menos potencial para hostilizar os apoiantes. O governo dirá que tentou evitar as medidas mais duras e, ainda, que tratou todos por igual. Nessa perspectiva, poderá tentar manter a sua legitimidade para governar.
Claro que esta segunda via tem mais custos para o País, mas o partido do governo pode ver aí a sua única tábua de salvação.

pois...

Com a crise económica actual, o governo deve reduzir rapidamente a despesa pública. No entanto, para poder agir de forma sensata, tem de conhecer muito bem a realidade do país, sabendo onde pode eliminar despesas inúteis e onde os cortes podem destruir instituições vitais.
Alberoni