30 novembro 2009

momento do menino Zéquinha

Suíças não gostam de mineretes Minaretes.
Via Blasfémias

Herói ou canalha?


"Bradley C. Birkenfeld was sentenced to 40 months in prison for helping rich Americans dodge their taxes. (...) Now, as thousands of wealthy Americans seek amnesty for keeping illicit, offshore bank accounts, Mr. Birkenfeld and his lawyers hope to use a whistleblower law to claim a multibillion dollar reward from the U.S. government", no International Herald Tribune do passado fim de semana.
Na minha opinião, um canalha, símbolo de que os fins não devem justificar todos os meios. Porque aquilo que distingue o bem do mal é a honorabilidade e a honradez das pessoas e das instituições. Ao negociar com gente desta estirpe, o Estado perde o direito àqueles atributos. Enfim, é nisto que resultam as teorias contemporâneas do relativismo ético e moral...e a necessidade de encher os cofres públicos.

as melhores práticas

A vacina para a gripe A, em Portugal, é apenas administrada no SNS. O acompanhamento das grávidas, na grande maioria dos casos, é também efectuado no SNS. Assim sendo, como interpretar as declarações da Ministra da Saúde, apelando a que os médicos adoptem as melhores práticas, recomendando a vacina Pandemrix às grávidas.
Significará que o MS não tem capacidade para impor as melhores práticas clínicas, no próprio SNS? Se isto for verdade, para que serve o SNS?

liberdade

Unless something monumental happens in the Western Hemisphere in the next 31 days, the big regional story for 2009 will be how tiny Honduras managed to beat back the colonial aspirations of its most powerful neighbors and preserve its constitution.
Yesterday's elections for president and Congress, held as scheduled and without incident, were the crowning achievement of that struggle.
Via WSJ

nada a perder

Grande parte da dívida portuguesa ao exterior tem garantias reais. Se um banco não cumprir com os seus compromissos, por exemplo, os credores apropriam-se do capital, em negociação ou em processo de falência.
Este mecanismo é fundamental para limitar o recurso ao crédito. As instituições limitam o seu endividamento, de modo a não se tornarem insolventes.
O que acontece, porém, num país, quando muitos dos que vivem a crédito não apresentaram quaisquer garantias? Penso que há uma ruptura de um mecanismo normal de “feed-back”.
Por este motivo, a populaça não está minimamente preocupada com o défice público e com a dívida. Julga que não tem nada a perder.

29 novembro 2009

os cucos

Os Silvas comportam-se como os cucos. Depositaram os ovos no ninho dos Gonçalves, que trabalham como mouros para sustentar os Silvinhas. Usem os argumentos que quiserem... esta situação é imoral! Os Gonçalves foram reduzidos à condição de escravos pelos Silvas.

os silvas

A família Silva tem 4 filhos. O pai está a fazer uma cura de desintoxicação e a mãe está desempregada. Recebem ajudas do Estado para fazerem face à vida. A mãe já deixou de procurar emprego porque está, de novo, grávida.

os gonçalves

A família Gonçalves tem 1 filho. O pai é advogado e a mãe é professora. Gostariam de ter mais crianças mas consideram que não têm condições financeiras. O fisco limpa-lhes metade do que ganham e o que resta não chega para grandes aventuras.

cuckolding

O cuco vulgar é um parasita obrigatório das ninhadas alheias. A sua estratégia reprodutiva, altamente individualista e egoísta, depende do “colectivo”.
Muitos indivíduos da espécie homo sapiens “crescem e multiplicam-se” como os cucos. Sãos parasitas dos obreiros. O socialismo assenta nesta imoralidade.

individualismo & colectivismo

Gostaria de contribuir para o debate sobre o individualismo e o colectivismo, iniciado pelo Luís Aguiar Santos, com eco no Insurgente, refutando a afirmação de que a enorme maioria das pessoas é instintivamente colectivista.
Sob um ponto de vista puramente biológico, todas as pessoas são indivíduos desenvolvendo uma estratégia “individualista” para “crescerem e se multiplicarem”, imortalizando o seu material genético.
As estratégias individualistas para atingirem esses propósitos são tão diversas que podem, inclusivamente, passar pelo colectivismo. Se um grande número de pessoas (indivíduos da espécie homo sapiens) conseguir crescer e multiplicar-se em regime colectivista, com um esforço menor do que num regime liberal, então serão “colectivistas”.
Neste sentido, o colectivismo é apenas uma expressão egoísta do individualismo. Thatcher afirmou que “a sociedade não existe, o que existe são indivíduos”. Penso que no mesmo sentido poderia afirmar que “o colectivismo não existe, o que existe são indivíduos que beneficiam por ser colectivistas”.

28 novembro 2009

hide the decline

Portugal está à beira da irrelevância

Entrevista de Maria João Avillez a António Barreto, no i:

Qual a falta mais gritante?

Parece-me óbvio que há uma falta de empresários, de capitalistas. Será um problema ancestral? Vem da nossa maneira passada de viver e de gastar? Dos desperdícios? Do facto de os ricos portugueses terem vivido à sombra do Estado durante 200, 300 ou 400 anos? De o Estado ter ocupado tudo desde os Descobrimentos? Não quero ir por aí, mas o resultado é este.


PS: Não vale a pena especular muito. Não há empresários porque não compensa.

o futuro

Há sempre um momento na história em que a porta se abre e entra o futuro.
Inspirado em Graham Greene (há sempre um momento na infância em que a porta se abre e entra o futuro).

eu corrompi um país

Por voto popular.

27 novembro 2009

a resposta

"Haveria melhor resposta para quem acusa Pedro Passos Coelho de se ter rendido a uma suposta deriva neoliberal?", pergunta Paulo Gorjão sobre a indigitação de Paula Teixeira da Cruz para as altas funções de ideóloga do PSD de Passos Coelho. Não, não haveria, de facto. Mas o que a resposta de Passos não esclarece é o que quer ele do "seu" PSD. O "liberalismo" que apregoou há meses, a "social-democracia do século XXI" da Dr.ª Teixeira da Cruz, ou a perpetuação do pântano pestilento que é o PSD em matéria de ideias, cujo ecletismo vai do nada a coisa nenhuma? E, já agora, a "deriva neoliberal" que há meses o Dr. Passos Coelho exibiu (porque a exibiu e reclamou, de facto), ninguém lha encomendou. Se agora mudou de ideias é lá com ele. Que lhe façam bom proveito.

marcelo rebelo de sousa ou paula teixeira da cruz?

Pergunta o Luís Rocha, um querido amigo e fundador do blog social-democrata Blasfémias, o que me leva a pensar “que o Marcelo [Rebelo de Sousa] irá mudar o que quer que seja no paradigma reinante?”

Parece-me que a pergunta não está devidamente formulada, por duas razões: a primeira, porque não acredito no voluntarismo político (eu bem sei que vocês, os social-democratas, não pensam noutra coisa), a meu ver, causador frequente de desilusões e tragédias. Não poderia nunca, por isso, opinar sobre algo em que não acredito. A segunda, porque o PSD não tem nada para mudar, por não ser coisa nenhuma. Isto é, o "paradigma reinante" é que não há paradigma que reine. Então, do que o partido precisa é de ser alguma coisa, e que essa coisa que escolha ser não mude de quinze em quinze dias.

Desse ponto de vista, entre alguém com vida própria, que pensa por si, com uma carreira profissional notável, que tem inegável dimensão mediática e que, sobretudo, nunca se deixou aprisionar pelos barões e baronetes do partido (veja-se a resposta que deu àqueles que se perfilaram, há poucas semanas, para o lançar à liderança), e alguém que escolhe a Dr.ª Paula Teixeira da Cruz para lhe fazer o programa político, isto é, para lhe definir a sua personalidade política, não tenho quaisquer hesitações.

eu corrompi um país

Quem ficaria melhor aqui?
Aníbal Cavaco Silva
Jorge Sampaio
Mário Soares
Durão Barroso
António Guterres
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uma boa nota


Rui Silva, o estudante português em Inglaterra e habitual comentador deste blogue, tirou uma boa nota no GMAT (Fonte: o próprio). Em nome da equipa do Portugal Contemporâneo, gostaria de lhe endereçar os parabens por tão importante passo na sua carreira estudantil, o qual deixa todos os portugueses merecidamente orgulhosos.

Old habits (that) die even harder



Como disse?!

Old habits die hard


O segredo em sociedades católicas


Segredo da confissão

padres e pedofilia

Irlanda

Omertà

Máfia

Sicília

Segredo de Justiça

Corrupção

Portugal

más notícias

Paula Teixeira da Cruz coordenará o programa de Passos Coelho. Ora, nem Paula Teixeira da Cruz é uma mulher de direita, como claramente deverá ser o próximo líder do PSD, nem se lhe conhecem simpatias pelo liberalismo, com as quais Passos Coelho se identificou na sua anterior candidatura. Para além disso, Paula Teixeira da Cruz representou o pior PSD dos últimos anos, um partido snob e cabotino, invocando sistematicamente distinções «classistas» internas (é dela a famosa referência à «fuga das elites» que a eleição de Meneses provocaria). Uma péssima escolha, só justificável pela eventual necessidade de Passos Coelho se «credibilizar», o que só o diminui. Agora, ou Marcelo resolve descer à terra, ou deixa de haver esperança para qualquer recuperação do PSD.

Que cliente chato (II)


É chocante que, em Portugal, existam pessoas que foram ludibriadas a entrar em falsos depósitos a prazo. No BPN e no BPP. E, no entanto, apesar de todos os exemplos que nos têm sido relatados - a pobre senhora da foto, Isabel Freitas, está desde ontem, instalada numa tenda de campismo montada à porta de um balcão do BPN, em greve de fome -, ainda não há responsáveis. Que país...

Que cliente chato


O ex-ministro das Finanças, Luís Campos e Cunha escreve hoje um excelente artigo no Público relativo a aspectos "comezinhos" - como diria o Dr. Soares - da vida quotidiana, mas que revelam muito acerca da cultura de desrespeito instalada em Portugal, como exemplo do clima de inimputabilidade que se vive no país. E termina: ao contrário da América, ("where you can call the manager"), cá não é possível chamar o responsável porque ninguém dá a cara. Mas também, em boa verdade, quase ninguém protesta.

Quanto ao artigo, entre vários episódios, Campos e Cunha escreve o seguinte "falta falar da A8, auto-estrada que liga Lisboa a Torres Vedras. Quem a conhece sabe que está quase integralmente em obras para alargar a uma terceira faixa (já agora porquê? Se a entrada de Lisboa não pode ser alargada). E, por isso, a circulação faz-se em faixas estreitas, perigosas e apenas a 80 km/h. Ou seja, a A8 não é uma auto-estrada, mas pagamos como se fosse. Porquê? Porque não avançam as obras? Mais uma vez gostaria de chamar o gerente, mas não há ninguém para responder, ninguém é responsável. Uma empresa que deveria servir o público, faz as obras a passo de caracol e ninguém protesta. Eu protesto e se estivessem a perder receitas com portagens reduzidas as obras seriam mais rápidas."

Pois é, eu partilho da indignação do Prof. Campos e Cunha. O exemplo que dá, a A8, também o conheço bem em face da fazer aquela "auto-estrada" com bastante frequência. E, de facto, não se entende o ritmo de tartaruga com que decorrem as obras, sendo que as faixas estão tão encolhidas - para não falar da má qualidade do alcatrão naquela zona - que a probabilidade de acontecerem acidentes é ali enorme. As portagens - inalteradas - são pois, burlescamente, indevidas. Infelizmente, não faltam outras situações semelhantes. Por exemplo, o que me dizem das obras que decorrem há 3 ou 4 anos na A1, entre os quilómetros 260 e 280, ali perto de São João da Madeira, e que também não atam nem desatam, sem qualquer redução do preço da portagem que, escrupulosamente, nos é cobrada pela Brisa?!? E, já agora, o que é que me dizem acerca das obras que estão a ter lugar no início do IP4 junto a Amarante, onde as faixas estão tão apertadas, tão apertadas - e esperem só pela neve para ver a sinistralidade a disparar em flecha -, que até o meu Mini Cooper parece um carro grande?!?

Da última vez que eu reclamei a sério foi de forma acidental. Foi uma vez na portagem da A1 em Leiria, onde, apesar de anunciado no visor do portageiro, o serviço de Mastercard não estava disponível e - como não tinha outro cartão nem notas - tiveram de me passar uma factura. Ao chegar à loja da portagem, expliquei a situação ao funcionário, ao que me foi respondido o seguinte "Mas então, o senhor não sabe que o dinheiro vivo é a base de toda a economia?". Num acto de fúria, pedi imediatamente o livro de reclamações, identifiquei o funcionário, detalhei a situação - em especial, o facto de anunciarem que aceitam um tipo de cartão que depois, na realidade, não aceitam -, bem como a insolência do indíviduo e fui-me embora. De que é que serviu? De nada. Nunca recebi nenhuma carta da Brisa. E o referido funcionário por lá se mantém! Moral da história: reclamar em Portugal? Ora bolas, isso é como reclamar num restaurante em França: o cliente nunca tem razão!

eu corrompi a banca

eu corrompi a arte

eu corrompi a literatura

eu corrompi a guerra

eu corrompi a medicina

eu corrompi a religião

eu corrompi a justiça

eu corrompi a política

eu corrompi a ciência

a última sangria

O aumento de impostos que aí vem vai ser a última sangria. Os impostos estão para a economia como as sangrias para a medicina, o organismo tolera-as, mas só até certo ponto.
Num doente pletórico, uma sangria pode ser útil, mas num doente debilitado e anémico é fatal. O mesmo se passa na economia. Uma economia robusta tolera um esforço adicional, mas numa economia doente, com taxas de crescimento negativas e desemprego elevado, uma "sangria" é fatal.
Espero, sinceramente, que o governo siga essa via, será o golpe de misericórdia no regime.
Ver DE

subprime

Palm Jumeirah

26 novembro 2009

alheio à nossa cultura


“Em Portugal, convenhamos, generalizou-se a ideia de que é na política que está a grande corrupção” – Ricardo Arroja
Tal como em qualquer outra sociedade católica a corrupção faz parte do nosso dia-a-dia. Não é um fenómeno tão perverso quanto se faz crer. É um fenómeno perverso apenas à luz do primado do direito ou “rule of law” (um conceito anglo-saxónico, alheio à nossa cultura). No caso português a corrupção introduz até alguns mecanismos de eficácia de mercado na esclerose da administração pública (acelerarão de processos burocráticos, correcções de valor através do suborno assim como equilíbrios entre a procura e a oferta, etc.). Esta observação é polémica mas nunca vi o tema discutido em Portugal. A matriz teórica dos portugueses sobre estas questões é sempre a mesma:Um moralismo saloio. As pessoas ainda não compreenderam que só há uma coisa pior do que um Estado monopolizador, burocrata, gigantesco e ineficaz, é um Estado monopolizador, burocrata, gigantesco, ineficaz e HONESTO.
D. Costa
Anonymous 11.25.09 - 5:34 pm #

a declaração de Manhattan

The Manhattan Declaration

A Call of Christian Conscience
Christians, when they have lived up to the highest ideals of their faith, have defended the weak and vulnerable and worked tirelessly to protect and strengthen vital institutions of civil society, beginning with the family.
We are Orthodox, Catholic, and evangelical Christians who have united at this hour to reaffirm fundamental truths about justice and the common good, and to call upon our fellow citizens, believers and non-believers alike, to join us in defending them. These truths are:

1. the sanctity of human life
2. the dignity of marriage as the conjugal union of husband and wife
3. the rights of conscience and religious liberty.


Inasmuch as these truths are foundational to human dignity and the well-being of society, they are inviolable and non-negotiable. Because they are increasingly under assault from powerful forces in our culture, we are compelled today to speak out forcefully in their defense, and to commit ourselves to honoring them fully no matter what pressures are brought upon us and our institutions to abandon or compromise them. We make this commitment not as partisans of any political group but as followers of Jesus Christ, the crucified and risen Lord, who is the Way, the Truth, and the Life.

Ler um resumo do documento

25 novembro 2009

que crime é esse?

O comportamento de alguns protagonistas do processo Face Oculta é tão tipicamente português que quase sentimos pena destes tipos. Ajudaram uns amigos, meteram umas cunhas, assinaram uns contratos de favor, cobraram umas comissões, eu sei lá... Fizeram o que 90% dos portugueses teriam feito nas mesmas circunstâncias. O único problema é que foram apanhados e agora tudo parece mesquinho e desproporcionado.
Deixem-me frisar bem que eu não aprovo estas condutas e que espero que todos os responsáveis sejam punidos por quaisquer crimes cometidos. O que eu estou a dizer é que estamos a falar de comportamentos tão embrenhados na nossa cultura que, se os acusados ou arguidos ou réus ou lá o que vierem a ser, fossem julgados num tribunal democrático, daqueles com júri à americana, iam todos para casa a cantarolar.
O crime, o verdadeiro crime, é o Estado empresário, o Estado prestador de serviços, o Estado especulador financeiro, o Estado perdulário, o Estado gatuno. O Estado que usurpa as funções da sociedade civil e que depois coloca correlegionários à frente de organizações que movimentam centenas de milhões de contos dos contribuintes. Esse é o crime. Um crime que nunca será julgado.
Uma das minhas citações favoritas é de Berthold Brecht: Que crime é esse de roubar um banco, comparado com o crime de fundar um banco?
Gostaria de perguntar: Que crime é esse de roubar empresas públicas, comparado com o crime de (o Estado) fundar empresas públicas?

fraude

Something is seriously wrong. To argue that humans change climate requires abandoning all we know about history, archaeology, geology, astronomy, and solar physics. This is exactly what has been done.
The answer to this enigma was revealed last week. It is fraud.
Files from the UK Climatic Research Unit were hacked. They show that data was massaged, numbers were fudged, diagrams were biased, there was destruction of data after freedom of information requests, and there was refusal to submit taxpayer-funded data for independent examination.
Data were manipulated to show that the Medieval Warming didn’t occur, and that we are not in a period of cooling. Furthermore, the warming of the 20th century was artificially inflated.
This behavior is that of criminals and all the data from the UK Hadley Centre and the US GISS must now be rejected. These crooks perpetrated these crimes at the expense of the British and U.S. taxpayers.
The same crooks control the IPCC and the fraudulent data in IPCC reports. The same crooks meet in Copenhagen next week and want 0.7% of the Western world’s GDP to pass through an unelected UN government, and then on to sticky fingers in the developing world.

Ler artigo completo aqui

empurraram-me

Eu não saí. Empurraram-me.
Via Público

Grito do Ipiranga


O que está a acontecer na Justiça portuguesa é uma revolução das bases contra o topo da pirâmide, ou seja, contra o aparelho político-partidário que influencia directamente o mau funcionamento dos tribunais.

A história começa assim: fartos de se verem desqualificados como o elo mais fraco do sistema judiciário, os magistrados do Ministério Público - com a preciosa ajuda da PJ - decidiram revoltar-se contra os mais altos representantes da Justiça: a Assembleia da República e outros órgãos do Estado e, também, a título simbólico, contra o Procurador Geral da República e o Supremo Tribunal de Justiça.

Em Portugal, convenhamos, generalizou-se a ideia de que é na política que está a grande corrupção económica e moral. Há muito que os rumores e a má língua circulam a grande velocidade e percorrem a sociedade civil de forma transversal. Toda a gente se habituou a comentar, sempre à boca fechada e quase sempre sem condenações efectivas. Mas ei que, subitamente, os abusos - e as críticas contra o mau funcionamento da Justiça - se tornaram tão gravosos quanto intoleráveis e injustos, dando origem aos mega casos que têm impressionado pelo seu mediatismo. Primeiro, o caso Casa Pia. E, desde então, muitos outros. Porquê? Porque aqueles que, diariamente, lidam com as frustrações associadas a um regime inimputável "encheram o saco" e decidiram valer-se de todos os meios para atingir os fins! Meus caros, o que estamos a observar é muito simples: as bases estão a dar o grito do Ipiranga.

Esta é uma guerra, de certo modo, ideológica. Entre aqueles que querem fazer Justiça - a todo o custo - e aqueles que se servem da Justiça - com todo o proveito. Em teoria, eu preferiria que nem todos os meios valessem os fins. Porém, dada a mexicanização da nossa sociedade, talvez seja um mal necessário. O problema, como sempre, é a forma como "os males necessários", movidos por intenções genuinamente bondosas, depois, se degeneram em coisas que não têm nada a ver, o que, para aqueles que viveram o sonho de Abril e acordaram agora para a realidade do país, parece ser a triste sina dos portugueses. Enfim, vivemos tempos e escolhas difíceis.

sem classe


"O presidente eleito do Supremo Tribunal de Justiça foi insultado e injuriado pelo director de um jornal em pré-falência que recentemente mostrou todo o seu perfil publicando notícias com quase ano e meio de atraso, pondo em xeque o Presidente da República e apontando para serviços secretos no seu delírio explicativo como forma de esconder a sua irrelevância", escreveu Noronha [Nascimento no último boletim do Conselho Superior de Magistratura] já depois de ter interposto uma acção contra José Manuel Fernandes (edição de hoje do Público).

Ora, sim senhor, mas que pérola! Dizem-nos que o presidente do Supremo é um homem de grande saber jurídico. Provavelmente, assim é. Contudo, de uma coisa eu tenho a certeza: estas afirmações, escritas no boletim oficial do CSM, não são próprias de alguém que se pretende acima da espuma das coisas.

Carga fiscal


"Pode haver alguma revolta, mas ainda há espaço para subir impostos", José Silva Lopes na edição de hoje do Jornal de Negócios.

aval e capital

Há cerca de um ano, o MF concedeu um aval à banca no valor de 20.000 milhões de euros. Como foi afirmado na altura, este aval do Estado não afectava as contas públicas porque não passava de uma garantia.
Hoje, o MF anuncia que vai financiar o défice público de 13.8000 milhões de euros redireccionando as garantias que tinha concedido à banca.
Ora expliquem-me, se fazem o favor, como é que um aval se transforma em capital?
Ainda, não será de esperar que, sem o aval do Estado, a banca tenha de pagar juros mais elevados e que, portanto, venha a ter de aumentar os “spreads” ou cortar o crédito aos clientes, agravando a crise económica?

o erro do século

24 novembro 2009

evidência

Vaz Carneiro diz que as autoridades de saúde não foram capazes de desdramatizar a situação. Não concorda com a vacinação em massa contra a gripe A e acredita que as decisões de comprar milhões de doses foram meramente "políticas". António Vaz Carneiro, director do Centro de Estudos de Medicina Baseada na Evidência da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, defende que a posição da Organização Mundial de Saúde (OMS) é "errada".
A OMS foi incompetente em termos científicos (ignorou a ciência), mas não acho que seja corrupta. A indústria chega a muitos sítios, mas à OMS tenho muitas dúvidas.
Via Público
Na opinião de Constantino Sakellarides, os dados existentes actualmente apontam para que as recomendações feitas pela Organização Mundial de Saúde... sejam seguidas.
“Notícias sobre factos contraditórios que apareçam só podem ser integrados nas recomendações quando percorrerem um caminho, mas muitas delas não chegaram lá por falta de fundamentação suficiente. Por isso, seguimos as recomendações actuais que emergem do conjunto amplo de peritos que analisam constantemente a evidência e o resultado desse consenso científico”, sustentou.
Via Público

insurgentes s&m

Martim Avilez de Figueiredo escreve hoje, no Editorial do i, que “Há momentos na vida de um país em que é preciso pôr travões a fundo a quem manda. Para isso, é indispensável que os portugueses se insurjam.” Parece que o editorialista não reparou que houve eleições legislativas no passado dia 27 de Setembro, e que era essa a ocasião adequada para o “país” “pôr travões a fundo a quem manda” e para os portugueses se “insurgirem” contra a situação em que se encontra o seu país. Ora, acontece que não só se não insurgiram, como renovaram a confiança em quem os tem governado, ainda que, é certo, de forma menos entusiástica do que no acto eleitoral anterior. Fizeram-no por uma de três razões: ou porque gostam do governo de Sócrates; ou porque não viram alternativa para ele; ou por serem masoquistas. Cada um que escolha a resposta que melhor lhe convier e retire as conclusões que entender.

Devoluções

Parece-me evidente que os governantes têm usado a terminologia errada para designar aquilo a que eles chamam "impostos". Tendo em conta que eles têm vindo a chamar "interrupção voluntária da gravidez" ao que se chamava "aborto", "lei da liberdade de imprensa" à lei cuja função é controlar a imprensa e "casamento" àquilo que tem as mesmas regras que a "união de facto", torna-se claro que o nome correcto para os "impostos" é "devoluções". Com esta nova designação, o contribuinte passa a devolver ao Estado aquilo que pertence ao Estado. O Estado, magnânimo como é, poderá sempre abdicar de uma parte da devolução (aquilo a que agora se chama salário líquido). As "devoluções" têm algumas vantagens sobre os impostos. O contribuinte não se convence que é proprietário do seu rendimento. O verdadeiro proprietário de todo o rendimento é o Estado. O Estado nunca mais precisará de aumentar "impostos". Basta-lhe apenas exigir a devolução maior daquilo que é por direito do Estado.

Impasse


mãos limpas

According to the WHO Strategic Advisory Group, pregnant women should be given adjuvant-free formulations of the vaccine whenever possible.

OMS limpa as mãos de quaisquer problemas. Eles avisaram.
Via Sky News

GSK

Pregnancy and lactation:
There are currently no data available on the use of Pandemrix™ (H1N1) in pregnancy. Data from pregnant women vaccinated with different inactivated non-adjuvanted seasonal vaccines do not suggest malformations or foetal or neonatal toxicity.
Animal studies with Pandemrix™ do not indicate reproductive toxicity.
The use of Pandemrix™ (H1N1) may be considered during pregnancy if this is thought to be necessary, taking into account official recommendations.
Pandemrix™ (H1N1) may be used in lactating women.
Via GSK
Informação do site oficial da GSK, fabricante da vacina usada em Portugal.
PS: Se a OMS não tivesse alterado a definição de pandemia, a Pandemrix não poderia ser usada em grávidas.

aumentar impostos?

Aumentar os impostos poderá não aumentar a receita.

o lacinho

O lacinho do juiz-desembargador Ricardo Cardoso no Programa Prós-e-Contras diz tudo.

23 novembro 2009

o desejo e o sofrimento

“O sofrimento é causado pelo desejo, pelo apego aos prazeres mundanos de qualquer espécie”.
Siddartha Gautama
Buda

“Se duas pessoas do mesmo sexo se desejarem e o casamento contribuir para as tornar mais felizes, então somos a favor”.
Paulo Borges
Presidente da União Budista Nacional

Via DN

união budista

Pensamos que a divulgação dos ensinamentos do Buda muito pode contribuir para criarmos um mundo mais harmonioso e feliz. Desde há 2500 anos que o budismo tem sido, para alguns de nós, um caminho pacífico que leva à superação do sofrimento e à realização da perfeição.
Via UBP

PS: São 2.500 anos de prazer!

um objecto estranho

Portugal Contemporâneo: 4 anos.

belgicanização

‘In 1957, Belgian politicians stood at the cradle of the European Union. Their aim was to turn the whole of Europe into a Greater Belgium, so that wars between the nations of Europe would no longer be possible as there would no longer be nations, the latter all having been incorporated into an artificial superstate.’
The result of this absence of national identity is that Belgium has been a fraud since its creation. As Dr Belien says, this ‘laboratory of Europe’ lacks more than patriotism, it also lacks democracy, respect for the rule of law and political morality.
All of which is exactly where the EU is heading. So far, democracy has been done away with. If you doubt it, consider the means used to select Mr Van Rompuy as president of the council – secret meetings controlled by the big powers. The man who emerged as president of the council of this new artificial superstate is a politician who despises the only source of democracy, the nation state.
This is the Belgianisation of Europe.
Via Mail Online

22 novembro 2009

tirar aos pobres para dar aos ricos

1.As empresas "não pagam" impostos. As empresas colectam impostos para o Estado.
2.Os ricos (que vivem do capital) não pagam impostos proporcionais aos seus rendimentos.
3.A redistribuição da riqueza transfere rendimentos dos indivíduos produtivos (que dependem do seu trabalho) para os não produtivos.
4.Os cidadãos não produtivos, transformados em consumidores pelo socialismo, vão enriquecer os que vivem do capital.
Conclusão: O socialismo tira aos pobres para dar aos ricos.
PS: Se não concordar com as duas primeiras premissas, não perca tempo a ler o resto.

o socialismo é uma sociedade de consumo

É isto que faz o Estado Providência. Usa o seu monopólio da violência para obrigar os cidadãos produtivos a responsabilizarem-se pelas necessidades materiais dos seus concidadãos que apenas consomem. Deste modo implementa-se um vasto sistema de escravatura que só por anedota se pode considerar livre.

Ayn Rand chamou a atenção para este facto classificando as sociedades socialistas como sociedades de consumo (permitem consumir sem produzir) e as capitalistas como sociedades produtivas (para se consumir é necessário produzir). As primeiras são naturalmente imorais e é por isso que só se mantêm com o recurso à violência.
Joaquim Março de 2008

parece mal


O João Miranda, neste post, pôs o dedo na ferida: parece que, em Portugal, falar verdade acerca de determinados assuntos é tabu e quem o faz é convenientemente esquecido. O tema das contas públicas é disso exemplo. Num país com sentido crítico jamais (!) se aceitariam afirmações como aquela que, repetidamente, ouvimos dos governantes PS na última legislatura, em especial no último ano, segundo as quais "pusémos as contas públicas em ordem!". Claro que não as puseram em ordem, porque as contas nunca sairam do vermelho. Mas enfim...No entanto, nos programas dedicados ao assunto raramente se ouviu crítica à séria. Os programas, em particular os televisivos, iam-se repetindo, mas quase sempre com os mesmos intervenientes, em geral, a debitar a mesma lenga lenga, sem rasgo nem originalidade.

Contudo, ao contrário do que o João Miranda dá a entender no seu post, penso que a falta de qualidade e isenção da opinião veiculada não tem unicamente a ver com critérios editoriais dos media. Sendo certo que a TV em Portugal não arrisca muito na hora de convidar comentadores menos conhecidos do público ou comentadores de perfil iminentemente técnico que não estejam partidarizados, penso que o problema maior é cultural. A inibição pública é um traço característico dos portugueses, que não têm muito à-vontade para falar em público, muito menos quando têm de arriscar uma opinião pessoal ou uma previsão acerca do futuro. É, por isso, que eu admiro o estilo de Medina Carreira que diz o que pensa sem papas na língua. É um estilo que, eu próprio, quando vou à RTP-N, tento replicar, à minha maneira, e que passa essencialmente por tentar passar uma mensagem concreta e convicta, sem medo de poder falhar na interpretação dos factos. Mas não é frequente vermos esta postura e quem a pratica é imediatamente desqualificado(a) como irresponsável. Em geral, os portugueses jogam à defesa e não se abrem. Não porque não o saibam fazer - na realidade, em privado e nos bastidores fazem-no e em grande estilo -, mas porque parece mal fazê-lo!

quem paga?

A subject area in economics, called the incidence of taxation, says that the party upon whom a tax is levied does not necessarily pay the tax. They might shift it onto some other party. That's precisely what corporations do. They are merely tax collectors.
Via Capitalism Magazine

desintegração final


O artigo de hoje, domingo, de Vasco Pulido Valente no Público ilustra na perfeição aquilo que está a acontecer no PSD. A última frase do artigo, intitulado "A agonia de um partido", diz tudo: "Com o PSD, já não pode contar".

O descalabro deste partido é total. Neste nosso Portugal, em quase tudo o que é política fede, a teia de interesses e a intriga permanente que caracteriza o PSD é especialmente mal cheirosa. Dali, infelizmente, não sai nada de bom. Trata-se de um partido que se demitiu das suas responsabilidades políticas, sem qualquer estratégia ou visão para o país e que, por isso, perdeu a credibilidade de vez. De resto, só se explica que o PSD ainda tenha tantos eleitores porque estamos num país onde as pessoas votam em partidos como se de clubes de futebol se tratassem.

Há semanas, no rescaldo das legislativas, escrevi aqui que se o PSD queria assumir-se como alternativa de poder não poderia renunciar ao "programa" eleitoral que, antes, havia apresentado para derrotar Sócrates. Infelizmente, já o fez - duas vezes. Primeiro, em relação ao TGV, ao qual fez acérrima oposição durante a campanha eleitorial mas que, entretanto, discretamente, se perdeu na espuma das coisas. E, agora, de forma descarada, na questão da avaliação dos professores, uma posição com a qual pessoalmente até concordo, mas que evidencia o jogo de rins, o diletantismo e a falta de seriedade política, que não se admite ao maior partido da oposição.

que palhaço

"The financing of the welfare state, irrespective of the social reform we implement, will require new resources," he said. "The possibility of financial levies at European level needs to be seriously reviewed."
Via Telegraph

IRC

O IRC é suportado pelos consumidores e não pelo capital. O capital entra nas empresas, sob a forma de dívida e/ou de “equity”, e é remunerado da seguinte forma: a dívida é remunerada através de juros que são 100% dedutíveis no fisco e o capital accionista é remunerado através de dividendos.
Os dividendos são atribuídos após o pagamento de IRC, mas a gestão tem de competir no mercado de capitais pelo dinheiro dos accionistas e portanto não pode remunerar esse capital “abaixo da média”. O resultado é que o valor a pagar em IRC acaba por ser transferido para os consumidores.

Quem paga então o IRC? A factura vai para as empresas, mas quem o paga é o Zé. Se não nos andássemos a enganar uns aos outros, o IRC deveria ser zero.

21 novembro 2009

paraísos artificiais

O socialismo democrático ou social-democracia favorece a concentração do capital nas mão dos mais influentes enquanto o capitalismo favorece os mais capazes.
O socialismo democrático ou social-democracia favorece a ascensão social dos mais conectados enquanto o capitalismo favorece os melhores.
O socialismo democrático ou social-democracia recompensa o consumo enquanto o capitalismo recompensa a produção.
O socialismo democrático ou social-democracia tira aos pobres para dar aos ricos enquanto o capitalismo tira aos ricos para dar aos pobres.

quem se lixa

Quem se lixa é o "mexilhão".

e os premiados são:

Questionado pela TSF em concreto sobre os ministros que foram escolhidos para as pastas que têm mais a ver directamente com os empresários, Francisco Van Zeller confessou ter ficado muito satisfeito com a manutenção de Teixeira dos Santos na pasta das Finanças.
Via TSF

É muito preocupante a avaliação de Francisco Van Zeller sobre o trabalho desenvolvido pelo Ministro das Finanças. Num País com 10% de desempregados, em divergência com a UE há cerca de 10 anos e sem perspectivas de crescimento económico significativo, a médio prazo, esta nota positiva só pode significar que os empresários (representados por Van Zeller) estão a beneficiar mais com este governo do que o resto da população.

suficiente -

Pouco lúcido, apagado na cena internacional, pouco eficaz em Portugal, mas conseguindo resistir razoavelmente à crise financeira e assegurando um "rating" aceitável para a dívida pública.
Eis o resumo do retrato do FT

ranking

Via FT

sprout

20 novembro 2009

Rompuy-pumpy and Cathy Who?

Europe Chooses Nobodies

Name a famous Belgian

The new EU chiefs: Rompuy-pumpy and Cathy Who?

socialist, English and a woman

"She played an essential role in the House of Lords to get the Lisbon Treaty through... she supported it throughout.
"She has a great deal of experience and she also had the advantage of being a socialist, English and a woman".

Sarkozy

What can I say? She has already screwed the lords and now she is ready to do it to the rest of us.

uma boa oferta

"Poucos homens, por mais virtuosos que sejam, resistem a uma boa oferta".
George Washington

presidente

Não Rompuyamos com a tradição!

Catherine Ashton

Como seria o CV de Catherine Ashton, se fosse portuguesa? Eu explico:
1977 - Bacharelato em Sociologia pela Universidade Independente
1979 - Associação para o Desarmamento Nuclear
1983 - Instituto de Formação de Assistentes Sociais
1998 - Presidente da ARS do Algarve
1999 - Condecorada com a Torre e Espada, por altos serviços prestados à pátria.
2004 - Directora da Torre do Tombo
2006 - Secretária de Estado da Justiça
2007 - Presidente do Supremo Tribunal de Justiça
2008 - Comissária da UE para o Comércio
2009 - “Ministra dos Negócios Estrangeiros” da UE

2010 - Prémio Nobel da Paz?

19 novembro 2009

precisamos de médicos independentes

Com os meus cordiais cumprimentos ao colega José Manuel Lopes dos Santos, pela sua independência e frontalidade. Um verdadeiro Médico.


O presidente do Colégio de Pediatria da Ordem dos Médicos disse, esta quinta-feira, que os especialistas estão divididos relativamente à vacinação das crianças contra a gripe A, acrescentando que, na sua opinião, seria preferível que as crianças não recebessem a vacina.
Os pediatras estão divididos sobre se as crianças devem ou não receber a vacina contra a gripe A, reconheceu o presidente do Colégio de Pediatria da Ordem dos Médicos.
José Manuel Lopes dos Santos confia nas autoridades de Saúde, que defendem a vacinação para todas as crianças, mas considera que os pais devem ter o direito de preferir que as crianças tenham a doença.
Segundo aquele responsável, a criança vai adquirir uma «melhor» imunidade do que a conseguida através da vacina contra o vírus H1N1.
No entanto, o presidente do Colégio de Pediatria da Ordem dos Médicos reconhece que numa situação de pandemia quantas mais crianças forem vacinadas mais facilmente se poderá impedir a propagação da doença.
Ainda assim, José Manuel Lopes dos Santos entende que a vacina que está disponível em Portugal não é a melhor para a saúde das crianças e das grávidas, preferindo um fármaco com a composição semelhante à que está a ser usada noutros países.
«O que era bom era que ficasse disponível a vacina sem o adjuvante», pelo menos para as crianças mais jovens, como acontece em países como Espanha, França e Suíça, defendeu.
Apesar de entender que «provavelmente» a vacina administrada em Portugal é «boa», o responsável da Ordem dos Médicos lembrou que ainda não há experiência suficiente que o comprove.


Via TSF

uma lição para a vida

Joaquim, sempre que operes um doente e ocorram complicações, as complicações devem-se à cirurgia, até prova em contrário.
Esta foi a primeira lição que eu aprendi no meu internato de cirurgia nos EUA. Quando executamos uma intervenção cirúrgica e nos pós-operatório surgem complicações, há uma tendência natural para procurarmos causas externas e negligenciarmos a influência do procedimento que efectuámos. Uma boa formação médica deve afastar-nos deste vício de pensamento.
Imaginem que um cirurgião opera uma velhinha de 80 anos a uma hérnia inguinal e que a doente vem a falecer 48 horas após a intervenção. Há duas maneiras de olhar para o problema. A “portuguesa”: A senhora já era velhota e podia ter morrido de qualquer coisa... E há a “norte-americana”: Se não tivessem operado a velhota, ela ainda por aí andava com a sua hérnia.
Fiquei surpreendido com esta lógica, tão estranha para um português, mas adoptei-a de imediato. Aliás, não me foi dada qualquer alternativa. O esclarecimento veio com autoridade suficiente para eu perceber que era uma ordem.
Foi o melhor ensinamento que recebi em toda a vida, aplica-se a tudo.

obra do acaso

3ª morte fetal sem relação com a vacina Pandemrix.
Via JN

18 novembro 2009

o semipresidencialismo português

Cavaco Silva não conta para o campeonato. Está condenado a fazer cara feia a alguns meninos de quem ele não gosta porque acha que se portam mal. Enquanto não terminam o primeiro mandato e não conseguem alçar ao segundo (para o que se devem mexer o mínimo possível), os ilustres Presidentes da República portuguesa não passam de distintos ornamentos constitucionais. Foi assim com Soares, foi assim com Sampaio e assim está a ser e será com Cavaco. No segundo mandato já a coisa é diferente, e permite-lhes ameaçar governos e atrapalhar-lhes a vida (Soares) ou até mesmo destituí-los (Sampaio). O semipresidencialismo português funciona somente de cinco em cinco anos. Nos intervalos estamos condenados a não ter chefe de estado.

a pique

Corruption Perceptions Index: Com o PS, Portugal afunda-se no CPI

2009 - 35º lugar
2008 - 32º
2007 - 28º
2006 - 26º

da sociologia

O sociólogo Pedro Adão e Silva adverte os portugueses de que «o mercado de trabalho não voltará ao que era. O desemprego vai ficar estruturalmente mais alto, não vai haver crescimento tal que justifique grandes recuperações no emprego como no passado». Infelizmente, o sociólogo Adão e Silva não nos explica as razões do seu ponderoso vaticínio, que se aproxima mais das previsões da astrologia do que dos critérios de uma ciência humana. Ele não nos esclarece porque motivos o mercado de trabalho «não voltará ao que era», nem porque «o desemprego vai ficar estruturalmente mais alto» (esta tendência dos sociólogos para as «estruturas» sociais é tramada...), sequer porque «não vai haver crescimento» que recupere emprego.

Talvez se o sociólogo Adão e Silva olhar mais para o passado do que para o futuro, isto é, mais para a História e menos para a Sociologia, consiga entender que a situação em que vive Portugal é fruto da estratégia de «desenvolvimento» seguida pelos sucessivos governos dos últimos anos. Essa estratégia tem dois caminhos possíveis: a de acreditar que o crescimento de um país se faz pela economia privada e pela iniciativa individual e empresarial, isto é, pelo mercado, e a de pensar que deve ser o estado, por via das suas políticas sociais e de incentivo económico, o principal motor de desenvolvimento. Em Portugal seguiu-se, na 3ª República, este último caminho, agravado nas últimas duas décadas pela governação socialista. As conseqüências estão à vista: o estado destruiu o tecido empresarial português (já em crise profundíssima muito antes da famosa crise internacional), arrogando-se na capacidade de desenvolver o país e de garantir o emprego à custa de recursos alheios. Hoje, as empresas – que ficaram sem recursos próprios – fecham em catadupa, umas atrás das outras, e o estado falhou redondamente os seus objectivos, concretamente na promoção do emprego, como não poderia deixar de ser. É, pois, bom que se perceba isto e se diga isto claramente, antes que apareça por aí outro sociólogo qualquer a explicar-nos que isto não é senão mais uma crise do capitalismo.

os médicos alemães são ignorantes

O presidente do Colégio de especialidade de Ginecologia e Obstetrícia da Ordem dos Médicos assegurou, em declarações ao PÚBLICO, que “o único efeito da vacina é estimular o sistema imunitário” pelo que não acarreta nenhum risco acrescido.

Tendo em conta que a Associação Médica Alemã desaconselhou o uso do Pandemrix (a vacina usada em Portugal) em grávidas, temos de concluir que:
Os médios alemães são uma cambada de ignorantes.

alemães rejeitam Pandemrix para grávidas

THE GERMAN Medical Association (DAK) has advised against giving young children and pregnant women the new swine flu vaccine Pandemrix, containing an immune system-stimulating compound.

“We know the effects of the various ingredients in adjuvant vaccines but not the combined effect. It’s understandable that people are wary of getting jabs of drug cocktails.”
...
“While Pandemrix contains no components that are completely unknown to us, the more components a vaccine has, the greater the chance of side effects,” said Prof Lothar Wieler of the Institute for Microbiology and Animal (Epizootic) Diseases at Berlin’s Free University.
...
But Germany’s DAK opposes the vaccine’s use in risk-groups saying that, since the risks of swine flu are lower than initially feared, it would be unwise to rely exclusively on new vaccines containing adjuvants if alternatives are available.
“If there was only a risk of mild side effects, one could ignore them in the face of the danger of a pandemic,” said Dr Montgomery, DAK vice- president.
“But what we don’t know from less-researched vaccines is the long-term damage that might only occur in one case in a million.

Via Irish Times

a Maria dos negócios

Família Penedos vai ter um Natal diferente do habitual
Pai e filho vão poder passar o Natal juntos? Ainda não há forma de responder: até ao fecho da edição do Negócios, Paulo Penedos continuava a ser ouvido no Juízo de Instrução Criminal de Aveiro. Já o pai José Penedos viu o seu interrogatório ser adiado para amanhã à tarde.
Ler no Jornal de Negócios

resigna-te

A geração X, dos nascidos do início dos 60 a meio dos 70, vai ser mais pobre (PDF) do que a geração anterior, a dos “Baby Boomers”.
Ora, como evitar uma revolta desta geração contra os políticos e as políticas que são responsáveis por esta situação? Muito simples, agitando o fantasma do aquecimento global. Temos de consumir menos porque estamos a destruir o planeta mãe.

inocência do 4º grau

Graus de inocência:
1. Rejeito todas as acusações
2. Estou inocente
3. Estou completamente inocente
4. Estou profundamente inocente

17 novembro 2009

desemprego socialmente responsável

A Senhora Ministra do Trabalho ficou «surpreendida» com os números elevados do desemprego no país que ajuda a governar. Para acudir ao problema pediu «sugestões» aos parceiros sociais para «relançar o emprego». A atitude vale pela simpatia e modéstia, mas não devemos esquecer que o Estado Social em que vivemos sempre se preocupou em promover políticas que «fomentem» o emprego. Daí, provavelmente, o espanto da Senhora Ministra e o nosso também: como pode um estado que absorve mais de 50% do PIB em políticas sociais ter estes níveis de desemprego? Por mim, que embora sociável não sou exactamente um parceiro social, deixo aqui uma sugestão: deixem as empresas ganhar dinheiro, em vez de lho sugarem para sustentar a conta do estado e logo verão que a coisa melhora. Como dizia Milton Friedman, a responsabilidade social de uma empresa é ter lucro, e não propriamente contribuir para a despesa pública. É com ele que cria e mantém emprego.

estado e direito

A propósito do recente entusiasmo com o Estado de Direito e da procupação de o preservar em Portugal, há que sossegar os incautos lembrando-lhes que Portugal não é um Estado de Direito, mas apenas e só um Estado com Direito. Com Direito a mais e Justiça a menos, por sinal.

urgente

Em face destas notícias, é urgente que o governo explique porque é que recomenda a vacina Pandemrix para grávidas e crianças, quando a Suíça e o Canadá são peremptórios em afirmar que não há dados suficientes sobre a segurança desta vacina, neste grupos.

Switzerland on Friday restricted the use of British drugs group GlaxoSmithKline's swine flu vaccine Pandemrix, excluding pregnant women, minors and people over the age of 60.
The regulatory authority Swissmedic said it has received data on the vaccine for adults, but not for pregnant women and very little data for children.
"For this reason, Swissmedic has not yet authorised the administration of Pandemrix to pregnant women, children under the age of 18 and adults over 60," the regulator said in a statement.

Ler aqui

Canada has ordered 1.8 million doses of unadjuvanted swine flu vaccine for pregnant women and children under the age of three, Canada’s chief public health officer said Friday.

Adjuvants are substances added to vaccines to boost a person’s immune response to the shots. While the adjuvant to be used in Canada’s H1N1 vaccine -- an oil-in-water emulsion -- is similar to one that has been used in Europe with seasonal flu shots and other vaccines, Dr. David Butler-Jones said there’s not yet enough clinical data on adjuvanted vaccines in pregnant women and children under three.

Ler aqui

empregos mal remunerados

Num mercado livre não há empregos mal remunerados. Por esta premissa ser indubitavelmente verdadeira, passo à questão seguinte.
Há empregos mal remunerados em Portugal?
Com certeza, devido às distorções que o Estado impõe ao mercado. Os funcionários públicos, por exemplo, ganham mais do que a média. Deste modo, ficam limitados os recursos para remunerar os trabalhadores do sector privado.
Os empregos para a vida são outro factor que afecta a remuneração justa do trabalho. O salário mínimo, etc.
Ah! E a concertação social, sobretudo a concertação social. Um enorme impedimento ao funcionamento de um mercado livre.

perdendo o sonho


O El País escreve hoje acerca da crescente frustração com que muitos jovens espanhóis encaram a vida adulta, em particular aqueles que acabaram de ultrapassar a barreira dos 30 anos de idade. Em Espanha, a Geração X - aquela que nasceu no final da década de 70, quando a taxa de natalidade no país vizinho atingiu um pico de 2,8 crianças por mulher -, escreve o jornal citando sociológos de Madrid, sofre do síndrome de Peter Pan: são adultos desencantados, que vivem na nostalgia da sua adolescência.

Existem estudos que apontam a Geração X como sendo a primeira cujos rendimentos, em termos relativos, são inferiores à geração dos seus pais. E, de facto, em Espanha - tal como em Portugal - a situação é das mais deterioradas de toda a Europa. De acordo com o El País, menos de metade destes "adultescentes" são economicamente independentes, ou seja, ainda dependem dos pais ou de outros familiares para pagar as suas contas. Boa parte desta falta de independência tem por base dois elementos: a instabilidade laboral decorrente de um mundo cada vez mais competitivo, mas, acima de tudo, a tendência que a generalidade deste jovens adultos revelam em, prematura e precipitadamente, comprarem casa própria. Em Espanha, provavelmente em Portugal também, apenas 10% das casas são arrendadas.

As consequências deste desencanto económico e social são imprevisíveis. Mas, na minha opinião, o número crescente de adultos que regressam para casa dos pais, invertendo a ordem natural das coisas, só pode dar mau resultado. Alguns revoltar-se-ão contra a sociedade. Outros adormecerão à sombra da bananeira. Num caso ou noutro, todos terão pouco a perder se, de um momento para o outro, decidirem fazer alguma loucura. Enfim, eu não sei como é que se resolve este delicado tema, mas talvez não fosse má ideia começar na reforma da lei do arrendamento...talvez com um pouco mais de mobilidade e flexibilidade - e um pouco mais de razoabilidade financeira - estes jovens possam deixar de olhar para o passado com nostalgia e passem a encarar o futuro com outro entusiasmo. Porque a pior coisa que pode acontecer ao ser humano é perder o sonho de vista. Infelizmente, é isso que cada vez mais acontece.